‘Superarrecadação’ do Governo de MS não reflete na vida de quem produz, diz CDL
Só em janeiro e fevereiro deste ano, Confaz apurou alta de 15% na arrecadação
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Para entidade que representa os lojistas de Campo Grande, o aumento da arrecadação por parte do Governo de Mato Grosso do Sul não reflete na vida dos comerciantes e da população em geral. Reportagem do Jornal Midiamax desta terça-feira (6) apontou que o Estado angariou R$ 300 milhões a mais nos dois primeiros meses deste ano – quase 15% maior que no mesmo período de 2020.
“Percebemos que estamos em um Estado onde o Governo está rico e a população está pobre. O duro é que isso [maior arrecadação] não reflete na vida de quem produz”, afirmou o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila.
Segundo o dirigente, a conversa com o governo estadual ‘é constante’, no que se refere às ações para amenizar os impactos provocados pelas restrições da pandemia de coronavírus – tidas como necessárias para combater o contágio desenfrado.
“Esse é um governo que não fala não, mas vai levando e cozinhando. Nunca diz não, mas não chega ao sim nunca. Momento de tanto sofrimento, por conta da perda de vidas, temos pedido para que ele tenha um olhar para economia”. No início da pandemia, afirma, ainda em 2020, Campo Grande tinha 122 mil CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), número que caiu para 98 mil ainda em meados do ano passado. Até o fim de março, caiu para 94 mil. “Perda de 28 mil, é muita coisa”.
‘Arrecadação não tem a ver apenas com aumento de impostos’
Já o secretário da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Roberto Oshiro, pondera que aumento dos preços, provocado, em alguns casos, pela escassez de produtos, faz com que a arrecadação do ICMS se eleve. “No caso da grande maioria do comércio é por margem de valor agregado. Se você comprou mais caro para revender, você vai recolher mais ICMS. Vários fatores contribuíram para o aumento de arrecadação. Teve aumento de arrecadação em relação a ICMS provocado principalmente pelo aumento de preço e aumento na venda”.
Contudo, uma vez que houve aumento de arrecadação, o Governo do Estado precisa ‘devolver para a sociedade, com geração de emprego e fazendo a roda girar’. Para o dirigente, a atuação junto ao Executivo gira em torno de estabelecer projetos que prorroguem pagamento de impostos, extensão deste benefício para empresas que estão fora do Simples, microcrédito para pequenos empreendedores e subsídios para empréstimos.
As duas entidades citam os setores de turismo, eventos, bares e restaurantes, como os maiores prejudicados economicamente na pandemia. Em contrapartida, estabelecimentos de primeira necessidade e de materiais de construção apresentaram aumento na procura.
Por parte do Governo do Estado
Somente agora, um ano depois da pandemia e de todo o arrocho enfrentado pelos agentes da economia, que ainda enfrentaram exigência de redução de clientes nos estabelecimentos e até fechamento das portas em setores como o de entretenimento, é que o Governo de Mato Grosso do Sul anunciou a criação de um auxílio de R$ 200 para autônomos e desempregados – até então, houve um reforço no Vale Renda.
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