contra os desvios na saúde em Mato Grosso do Sul

A operação SOS Saúde foi deflagrada na quarta (4) pela Polícia Federal, CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal. A organização criminosa teria recebido quase R$ 1 bilhão entre os anos de 2014 e 2019. O esquema tinha a seguinte dinâmica: a Organização Social firmou, em 2016, contrato de gestão com o governo de Mato Grosso do Sul, e  através desse contrato passou a receber elevados valores com o compromisso de gerenciar o Hospital Regional de Ponta Porã; entretanto, acaba por desviar os recursos que deveriam ser aplicados na área da saúde em proveito de empresas vinculadas aos próprios dirigentes da Organização Social.

O Inquérito policial foi instaurado, em 14 de fevereiro de 2019, para apurar diversas irregularidades praticadas pela Organização Social, entre os anos de 2016 e 2017, no Hospital Regional Dr. José Simone Netto, em Ponta Porã.

Operação mirou ex-diretor de hospital em MS

Os únicos mandados da Operação SOS-Saúde cumpridos em Campo Grande tiveram como alvo Franco Monteiro Xavier, ex-diretor do Hospital Regional Doutor José de Simone Netto, de Ponta Porã. Conforme apurado pela reportagem, as medidas de busca e apreensão miraram um endereço de Xavier no condomínio Belvedere Residence, no Bairro São Francisco, região central da cidade. Ele também foi alvo de mandado de sequestro de bens, que determinou o confisco de valores constantes nas contas em seu nome.

Franco Monteiro Xavier dirigiu o Hospital Regional de Ponta Porã à época dos supostos crimes investigados pela Polícia Federal. As apurações da PF apontaram indícios de dispensa irregular de licitação, peculato, falsificação de documentos e organização criminosa, cometidos por meio de contrato do Instituto Gerir com o governo do Estado.

Esquema pode ter desviado R$ 27,4 milhões da saúde de MS

Alvo da operação, o Instituto Gerir usou empresas ligadas a seus próprios diretores para desviar pelo menos R$ 27,4 milhões da Saúde Estadual. As investigações apontam que a OS (Organização Social) contratada para administrar o Hospital Regional de Ponta Porã também ganhou com o superfaturamento de contratos.

Segundo a PF, somente os desvios por meio de contratos do instituto com as empresas Tclin Serviços de Saúde Ltda-EPP e Andrade Hospitalar ME, também chamada de A Medical, podem chegar a R$ 20,3 milhões. As duas tiveram sigilos bancários quebrados, o que possibilitou a identificação de diversas transferências bancárias suspeitas, para pessoas físicas e jurídicas, que aparentam ter beneficiado intermediários e empresas de fachada.

(Colaborou Jones Mário)