Murilo assume governo em semana de feriadão para Reinaldo tratar de ‘assuntos particulares’

O vice-governador e secretário do Seinfra (Secretaria de Estado de Habitação e Infra-Estrutura-Geral), Murilo Zauith (DEM), disse que irá assumir o governo na próxima semana para que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) trate de “assuntos particulares”. Azambuja informou à Assembleia Legislativa que vai se licenciar do governo após feriado de Finados, no próximo dia 2 […]

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O vice-governador e secretário do Seinfra (Secretaria de Estado de Habitação e Infra-Estrutura-Geral), Murilo Zauith (DEM), disse que irá assumir o governo na próxima semana para que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) trate de “assuntos particulares”.

Azambuja informou à Assembleia Legislativa que vai se licenciar do governo após feriado de Finados, no próximo dia 2 de novembro, segunda-feira. O afastamento vai do dia 3 ao dia 6 de novembro, de terça a sexta-feira da semana que vem.

“O Reinaldo pediu afastamento e eu para assumir o governo, tenho que me desincompatibilizar da Seinfra. Então eu me desincompatibilizo da Seinfra para assumir o governo no pedido de afastamento dele”. Perguntado sobre o motivo do pedido da licença, Murilo disse que é “para tratar de assuntos particulares dele”, e indagado pelo período que irá ficar afirmou, “só semana que vem”.

Murilo falou sobre o assunto durante visita da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Dourados, cidade a 229 quilômetros de Campo Grande, nesta sexta-feira (30). Tereza se encontrou com produtores no Sindicato dos Produtores Rurais e depois esteve junto com lideranças e correligionário em encontro do DEM para a campanha do deputado estadual Barbosinha (DEM) à prefeitura de Dourados.

O governo publicou a revogação do decreto que nomeou Zauith como secretário no Diário Oficial, para que ele possa assumir o governo. De acordo com o deputado estadual e presidente da Assembleia de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa (PSDB), o ofício encaminhado por Reinaldo fala na possibilidade de deixar o País durante o período de afastamento.

Mesmo com a confirmação de Murilo, de que irá comandar o executivo na próxima semana, a Seinfra chegou a informar mais cedo, que o vice-governador iria viajar por dez dias, sem detalhar para onde e nem com qual objetivo.

Na Constituição Estadual consta que o governador deve ser substituído em ausências eventuais e impedimentos pelo vice. A substituição deve ser comunicada à Assembleia. A Assembleia é quem concede licença ao governador se ausentar do Estado ou do País, quando o afastamento exceder quinze dias.

Em janeiro deste ano, Azambuja deixou o Brasil para pescar com amigos e integrantes da cúpula do governo, mesmo sem tirar férias ou comunicar previamente a Assembleia. A “folga” durou de 6 a 10 daquele mês.

Denúncia e pedido de impeachment

Nesta quinta-feira (29), o presidente da Assembleia de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa (PSDB), rejeitou a abertura do processo de impeachment contra Reinaldo. A decisão foi assinada na quinta-feira (29).

O pedido foi baseado na denúncia oferecida pelo MPF (Ministério Público Federal), que pede a perda de cargos públicos dos denunciados e devolução de mais de R$ 277 milhões por participação em escândalo de corrupção e pagamento de propinas investigado a partir da Operação Vostok.

O MPF  denunciou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), o governador Reinaldo Azambuja, os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, e mais 21 pessoas por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Todos são investigados na Operação Vostok, da Polícia Federal, que identificou o pagamento de R$ 67 milhões em propina ao tucano, entre 2015 e 2016, em troca de R$ 209 milhões em incentivos fiscais ao grupo.

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