‘Lutando uma luta onde milhões me pedem socorro’, diz Mandetta ao se despedir de Kiko Cangussu

O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) deixou um recado nesta terça-feira (31) em homenagem ao advogado Kiko Cangussu, que morreu ontem após um infarto. Amigo pessoal do seu ex-assessor, Mandetta fez desabafo e afirmou que está lutando ‘uma luta onde milhões de pessoas me pedem socorro, Henrique’.

A postagem faz referência a uma publicação feita pelo advogado no final de semana. Preocupado com uma crise de sinusite que enfrentava, Cangussu questionou nas redes sociais se a doença seria um dos sintomas do novo coronavírus e brincou com o ministro, em um ‘pedido de socorro’.

Mandetta lamentou não ter tido a oportunidade de socorrer o amigo e de não ter conseguido falar com ele nas últimas semanas. “Sempre chequei seus posts como quem lia horóscopo diário”, comentou.

Kiko, amigo pessoal de Henrique Mandetta, foi assessor parlamentar na época em que Mandetta era deputado federal.  O corpo do advogado foi encontrado na cozinha do apartamento. Kiko deixa um filho, Luiz Guilherme Cangussu, 20 anos. Em postagens recentes, Kiko reclamava de sinusite e falava em relação ao receio ao novo coronavírus. Postagem abaixo do advogado da última sexta-feira (27):

“Hoje senti de verdade medo do coronavírus. Estava acelerado fazendo minhas compras quando entrei na fila da padaria – guardando a distância de mais de 1 metro quando entra na fila atrás de mim, praticamente encostado, um sujeito pálido, mal encarado todo de preto. De repente o cidadão dá uma tossida rouca forte e em seguida outra- sabe aquela tosse de cachorro? Parei de respirar e dei um pulo quase derrubando o cara que estava à minha frente na fila.

É claro que aquele cidadão está contaminado, se é corona não sei, mas que ele

está com algum vírus não tenho dúvida alguma. Quando terminei minhas compras e estava no caixa pagando não é que o Zorro foi encostando para pagar sua conta também?! Se aproximou tanto que a caixa o alertou da distância mínima entre as pessoas. Que Deus me perdoe, mas me deu uma vontade enorme de jogar na cara desse louco uma das sacolas de compra que estavam ao meu alcance. Paguei e fui atrás do gerente relatando o ocorrido perguntando porque não impediram sua entrada. Sem graça, disse que tentaram barrá-lo mas ele ameaçou chamar a polícia. Antes de chegar ao carro, limpei tudo com álcool gel e vim pra casa onde já fiz a higienização necessária e pedi proteção aos meus santos. Que cagaço!”