Indígenas vão Câmara para reclamar de falta de água e saneamento nas aldeias de Dourados
Representantes das aldeias Bororó e Jaguapiru bateram às portas da Câmara Municipal nesta quinta-feira (13) para reclamar da falta de água, um antigo problema que atinge mais de 17 mil pessoas que moram na maior Reserva Indígena de Mato Grosso do Sul. Em audiência com o vereador e presidente da Casa de Leis, Alan Guedes […]
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Representantes das aldeias Bororó e Jaguapiru bateram às portas da Câmara Municipal nesta quinta-feira (13) para reclamar da falta de água, um antigo problema que atinge mais de 17 mil pessoas que moram na maior Reserva Indígena de Mato Grosso do Sul.
Em audiência com o vereador e presidente da Casa de Leis, Alan Guedes (Progressistas), eles pediram ajuda para superar a falta de água e saneamento básico, que ficou ainda mais evidenciada durante o período de pandemia.
Segundo os representantes, nos poucos locais onde a água encanada chega, o abastecimento está comprometido devido à baixa vazão de cerca de 70% da água dos poços.
Conforme o cacique da aldeia Bororó, Gaudêncio Benites, a falta de água é um problema antigo e ficou ainda pior com a construção de um poço artesiano às margens do Anel Viário, que fica próximo às nascentes dos rios que permeiam a região.
O cacique ressaltou que “o problema que já existia e se tornou escancarado com a pandemia do coronavírus”. As aldeias de Dourados já registram 233 casos positivos de contaminação do vírus. “É uma situação preocupante, a Vigilância Epidemiológica já foi acionada. A nossa principal orientação para o combate à Covid-19 é para lavar as mãos e, como fazer isso se não temos o mínimo de água para beber?”, questionou Benites.
“A Sanesul construiu um grande poço artesiano para abastecer a aldeia Bororó, mas a Jaguapiru ficou prejudicada. É preciso fazer a distribuição dessa água, que não é suficiente para toda aldeia. Hoje, temos um caminhão que distribui 5 mil litros, mas não está dando conta. Temos que fazer o trabalho braçal, com galões, carrinhos de mão e carroça, indo buscar água da escola e do Cras para atender as residências”, relatou ao presidente da Câmara.
Entre as reclamações dos indígenas, está o número reduzido de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como aventais, luvas, tocas, e a falta de barreira sanitária para o enfrentamento à Covid-19, além da ausência de incentivo aos sete agentes de saúde que atendem mais de 120 famílias cada um.
“Nós somos cidadãos douradenses, pagamos nossos impostos e não temos retorno. Somos um povo esquecido. Precisamos de uma solução o mais rápido possível, essa é uma questão social”, ressaltou o cacique Gaudêncio.
O presidente da Câmara disse aos indígenas que irá oficializar os órgãos competentes, requerer um estudo sobre as denúncias e verificar a possibilidade de um convênio para tratar do sistema de abastecimento e saneamento nas aldeias.
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