A Câmara Municipal de aprovou, em sessão na última segunda-feira (1º), projetos de lei que concedem reajuste de até 50% nos salários dos eleitos para a próxima legislatura. A proposta foi aprovada por 7 vereadores e teve apenas dois contrários, gerando indignação entre a população do município que usou as para criticar a conduta.

Áudio da sessão, ao qual o Jornal Midiamax teve acesso, mostra discussão durante aprovação da proposta. Crise, população desempregada, queda na e a pandemia do novo são apontadas pela oposição como entraves aos projetos que chega a conceder aumento superior a R$ 1 mil para alguns cargos.

Mesmo assim, a maioria votou em favor das propostas. Pelo projeto de lei n.º 614, foram aumentados os salários do prefeito, vice e de todo o primeiro escalão. No caso do chefe do Executivo, o vencimento passará de R$ 12.800 a R$ 14.080. Já o vice que hoje recebe R$ 6 mil terá salário de R$ 7.040. Secretários municipais, por sua vez, tiveram os vencimentos elevados de R$ 4.480 para R$ 5.632. Todos com validade a partir de 1º de janeiro de 2021.

No caso dos vereadores, o projeto de lei n.º 613 de 25 de maio de 2020 elevou os salários de R$ 2.350 para R$ 3.525, que representa aumento de 50%. No caso do presidente da Câmara, o valor passará a R$ 4.200 e do 1º secretário a R$ 3.800. A única boa notícia da sessão foi o projeto de n.º 615, que reduziu os valores das diárias pagas pela Câmara de R$ 535 para R$ 197.

“Eu achei um absurdo, principalmente pelo que a gente está passando no País inteiro, mas mesmo assim foi aprovado”, lamentou o vereador Guido Schmitz (MDB). No áudio da sessão, é possível ver ele criticando os reajustes, que não são igualmente concedidos a outras categorias do funcionalismo.

“Eu sou contra. Não é por pressão de ninguém. R$ 2300 estava de ótimo tamanho. Até o salário mínimo estava de ótimo tamanho. Não aumenta para os professores, não aumenta para os funcionários públicos, porque vai aumentar para os vereadores?”, questionou na tribuna. 

“Na hora de votar uma emenda para beneficiar 12 reais para a população mais carente é uma pandemia. Agora quando é pra votar seu projeto ninguém tem coragem de vir na tibuna e discutir”, criticou o Vanderlei de Amorim (PP), autor do segundo voto contrário.

Na sessão, o presidente da Câmara disse que estava ‘fazendo tudo às claras', que a sessão ‘estava sendo transmitida' e que os vereadores ‘não deviam nada para ninguém', podendo votar conforme julgassem adequado. A reportagem tentou contato com o presidente, pelo celular e telefone fixo da Câmara, mas não obteve retorno. O prefeito também não foi localizado para comentar o caso. Permanece a ambos o espaço para manifestações posteriores.

Após a sessão, a repercussão entre a população de Rio Negro foi mostrada pelas redes sociais, com comentários de cidadãos indignados pelos valores em se tratando de cidade com arrecadação ínfima.