Para lideranças do PT, citação de Lula em morte de prefeito é ‘assunto liquidado’
Após o ex-presidente Lula ser citado pelo delator Marcos Valério em depoimento ao Ministério Público paulista e ser relacionado a morte do então prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, em 2002, lideranças do PT em Mato Grosso do Sul defenderam o líder nacional do partido e trataram o assunto como “liquidado”. O depoimento veio […]
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Após o ex-presidente Lula ser citado pelo delator Marcos Valério em depoimento ao Ministério Público paulista e ser relacionado a morte do então prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, em 2002, lideranças do PT em Mato Grosso do Sul defenderam o líder nacional do partido e trataram o assunto como “liquidado”.
O depoimento veio à tona em reportagem desta sexta-feira (25) da revista Veja e expõe delação feita por Valério. A história contada pelo operador do Mensalão fala sobre um empresário do ABC paulista que chantageava Lula e outros importantes membros do PT, ameaçando implicá-los na morte do prefeito.
“Assunto liquidado há muito tempo. Requentam e vem a tona isso, que é o maior absurdo do mundo. Ess crime já foi explicado, relatado em livros, depoimentos. Não existe nenhuma prova, só ilações”, comenta o ex-deputado estadual Amarildo Cruz.
O petista também afirma ter certeza que Lula não tinha nenhuma motivação para cometer o crime, já que não havia razão para tal. “Matar o cara para quê? Um dos fundadores do partido no ABC, amigo dele, cotado para ser ministro, tanto que com a morte dele a viúva Miriam Melchior foi ministra. Acha que ela ia ficar lá nessa condição?”.
Amarildo ainda indica que tal situação apenas tem como objetivo criar um desgaste em cima de Lula, que pode estar prestes a ser solto – atualmente ele cumpre pena em Curitiba (PR) após ser condenado na Lava Jato.
Quem também falou sobre a situação ao Jornal Midiamax foi o deputado federal Vander Loubet. Através da assessoria de imprensa, ele disse que toda da verdade sobre o caso já está em nota oficial do PT, dizendo que a acusação é infundada e antiga, requentada apenas para atacar Lula em momento que é foco das atenções.
“Essa acusação já foi apresentada à PGR em 2012, em 2016 e novamente em outubro de 2018. Até o Ministério Público de São Paulo ouviu essa acusação em dois depoimentos. E por não ter conexão com a verdade, com os fatos, essa acusação não gerou nenhum desdobramento legal”, explica o parlamentar.
Já o atual presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) e suplente de deputado federal pelo PT, Jaime Teixeira, afirma não acreditar nas declarações dadas por Valério e reveladas ao público agora.
“Tentaram fazer isso outras vezes, colar isso no Lula. Na época do crime o Marcos Valério nem relação tinha com o Lula ainda, ele ainda trabalhava em Minas Gerais com o governador de lá. Não sei de onde veio isso”, comenta Jaime.
A reportagem também tentou contato com o deputado estadual Cabo Almi, porém não obteve êxito. Já o deputado estadual Pedro Kemp afirmou não ter nenhuma posição sobre o caso, já que não possui acesso a processos relativos a isso.
A morte de Celso Daniel é vista como um crime comum, sem motivação política, conforme conclusão da Polícia Civil na época. Até livro chegou a ser publicado contando a história e apontando a mesma situação, de crime comum.
Porém, o promotor Roberto Wider Filho, por considerar graves as informações colhidas, encaminhou o depoimento de Valério ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que o anexou a uma investigação sigilosa que está em curso.
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