O vereador Junior Longo (PSB), que preside a Comissão de Transporte e Trânsito da Câmara Municipal, afirma que vai aguardar posicionamento do presidente João Rocha (PSDB) sobre a delação que revela fraude na licitação do Consórcio Guaicurus.

Longo afirma ter indagado ao presidente qual ferramenta a Casa de Leis tem para conseguir acesso à investigação que ocorreu pelo MP (Ministério Público) do Paraná. Em delação no estado vizinho, em 2016, o advogado e ex-consultor do Consórcio, Sacha Reck, admitiu que houve direcionamento e fraude na licitação do transporte na Capital, em 2012.

“Eu acho que, agora, as evidências colocadas são mais plausíveis do que tínhamos antes para uma investigação. É uma denúncia muito grave que envolve uma licitação muito importante”. Caso não exista tal mecanismo de acesso aos autos, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pode ser instaurada.

Mesmo assim, o parlamentar pondera que as denúncias apontadas na delação são de tal modo graves, que fugiriam das competências da Câmara. “É outro grau, envolve polícia, Ministério Público, é outro patamar”.
Rocha, segundo Junior Longo, ainda não respondeu sobre o que cabe fazer como Casa de Leis e o assunto deve ser retomado nesta semana.

Trechos da delação foram publicadas em 31 de julho pelo Jornal Midiamax. Um dia depois, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu um inquérito civil, cujo documento foi divulgado no Diário Oficial do órgão, nesta segunda-feira.

O promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público e Social da Capital, adiantou que solicitou ao Paraná o compartilhamento das provas colhidas no âmbito da Operação Riquixá, que apura a existência de uma organização criminosa que atuou em fraudes em licitações de transporte coletivo em diversas cidades do País.