Vereadores de Dourados receberiam ‘mesada’ de R$ 23 mil e tentaram destruir provas
Presos desde a última quarta-feira (5) na Operação Cifra Negra, os vereadores Pedro Pepa (DEM), Pastor Cirilo Ramão (MDB) e Idenor Machado (PSDB) receberiam ‘mesada’ que variaria de R$ 20 mil a R$ 23 mil para supostamente fraudar licitações e favorecer grupo de empresas do setor de TI (Tecnologia da Informação) na Câmara de Dourados, […]
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Presos desde a última quarta-feira (5) na Operação Cifra Negra, os vereadores Pedro Pepa (DEM), Pastor Cirilo Ramão (MDB) e Idenor Machado (PSDB) receberiam ‘mesada’ que variaria de R$ 20 mil a R$ 23 mil para supostamente fraudar licitações e favorecer grupo de empresas do setor de TI (Tecnologia da Informação) na Câmara de Dourados, distante 225 km de Campo Grande.
Além dos parlamentares, foram presos ex-vereador Dirceu Longhi (PT), os ex-servidores da Casa, Amilton Salina e Alexandro Oliveira de Souza, além dos empresários Denis da Maia, Karina Alves de Almeida, Franciele Aparecida Vasun e Jailson Coutinho.
Os empresários presos seriam donos das empresas Quality Sistemas, KMD Assessoria Contábil e Planejamento a Municípios e Vasum, segundo apurou o Diário MS, e estariam diretamente ligados no suposto esquema de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva na Casa de Leis.
Relatório que baseou a decretação da prisão preventiva narra, ainda segundo o Diário MS, que a suposta organização criminosa atuaria em outras 30 Câmaras Municipais e pagariam propina para cerca de 100 vereadores de Mato Grosso do Sul e outros estados.
Eleição sob suspeita
Além da prisão, o juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, determinou a quebra de sigilo telefônico e fiscal de todos os envolvidos. Eles também são acusados de destruir provas e atrapalhar as investigações da 16ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.
As investigações, ainda conforme o Diário MS, também teriam apontado que Pepa, Cirilo Ramão e Idenor Machado teria usado contrato com as empresas para comprar votos durante a disputa pela presidência da Câmara de Vereadores, em 2015.
Ao deixar a presidência, Idenor teria passado a ‘missão’ de continuar atendendo interesses das empresas em troca de propina, cujos pagamentos seriam intermediados pelo então servidor Alexandro Oliveira de Souza.
Vereadora denunciou
As diligências tiveram início, segundo o Diário MS, quando a então vereadora Virginia Magrini (PP) procurou o MP-MS (Ministério Público Estadual), em 2014, para denunciar suposto esquema de fraude em licitações na Câmara.
Ouvida várias vezes, ela teria fornecido detalhes do esquema e da suposta distribuição de propinas entre os vereadores presos. Virgínia contou que o empresário Denis Maia entregaria pessoalmente a propina ao então presidente Idenor Machado.
A partir das denúncias, somadas ao depoimento de outro servidor da Casa, o MP-MS passou a monitorar os acusados, com filmagens e fotografias, que basearam o pedido de prisão preventiva. Somadas, as penas pelos crimes atribuídos aos parlamentares ultrapassam 20 anos de prisão. A investigação corre em sigilo. A reportagem não localizou a defesa dos acusados.
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