Marun: política não é ‘menininho assustado’ pelo Judiciário

Trabalham com a possibilidade de uma nova denúncia

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Trabalham com a possibilidade de uma nova denúncia

A relação entre Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal voltou a se estremecer depois que o ministro do STF Luís Roberto Barroso autorizou a prisão temporária (já revogada) de amigos do presidente Michel Temer na semana passada, pela Operação Skala. Os auxiliares de Temer já trabalham com a possibilidade de uma nova denúncia ser apresentada contra o emedebista na investigação sobre o decreto dos Portos.Marun: política não é ‘menininho assustado’ pelo Judiciário

À Jovem Pan, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que defende o impeachment de Barroso, disse que a relação entre política e judiciário “não precisa ser marcada pelo medo e servilismo”. Para Marun, a eventual apresentação da terceira denúncia contra o presidente “trata-se de questão jurídica e política”. Ele ilustrou: “E não há por que a política ser sempre o menininho assustado da estória”.

“O Executivo e o Legislativo não podem continuar aceitando silentes o desrespeito à Constituição e a violação das suas prerrogativas”, afirmou o ministro de Temer, para quem “isto agride o Estado Democrático de Direito”.

Sobre as investigações, o ministro segue demonstrando otimismo: “estamos confiantes no respeito à Constituição. Nada existe no decreto dos Portos que incrimine o presidente”, disse.

Marun defendeu a saída de Luís Barroso do STF em meados de março. Na época, a justificativa era a decisão supostamente “partidária” de Barroso de suspender parte do decreto de Temer que concedeu indulto natalino a condenados por corrupção.

Agora, após o avanço das investigações sobre o decreto dos portos, de relatoria de Barroso, Marun foi questionado pela reportagem se ainda cogita pedir o impeachment do magistrado. “Nada mudou”, respondeu, seco.

Ainda nesta segunda (2), durante discurso de posse de novos ministros, o presidente Michel Temer mandou recados indiretos sobre a Operação Skala, que prendeu aliados. “Somos servos da Constituição”, disse Temer. “Sair dela é se desviar dos propósitos democráticos”.

Na sexta (30), um dia após a prisão dos amigos José Yunes e o coronel João Baptista Lima, o Planalto divulgou nota na qual criticou “métodos autoritários” para supostamente tentar destruir a reputação do presidente.

O repórter Jovem Pan em Brasília, José Maria Trindade, informou no Jornal da Manhã que Michel Temer se reuniu com os principais ministros neste domingo (1º) para discutir a reforma ministerial, apoio para sua ambição de tentar a reeleição e o discurso contra a possível nova acusação criminal.

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