Operação que prendeu dono da JBS investiga R$ 30 milhões em propinas para políticos

A Polícia Federal cumpriu 15 dos 19 mandados de prisão nesta sexta-feira (9) na Operação Capitu, desdobramento da Operação Lava Jato que aconteceu nos Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Paraíba e Distrito Federal. Segundo a Polícia, a operação visava desarticular um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e […]

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A Polícia Federal cumpriu 15 dos 19 mandados de prisão nesta sexta-feira (9) na Operação Capitu, desdobramento da Operação Lava Jato que aconteceu nos Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Paraíba e Distrito Federal. Segundo a Polícia, a operação visava desarticular um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça que supostamente seria articulado por Joesley Batista.

Entre os presos estão o vice-governador de Minas Gerais Antônio Andrade (MDB), o deputado federal eleito Neri Geller (PP-MT), que foi ministro da Agricultura em 2014, Ricardo Saud, ex-diretor do Grupo J&F e Demiltron Castro, que atuou por quase 40 anos na JBS e João Magalhães Bifano (MDB).

Também foram presos Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária; Mateus de Moura Lima Gomes, advogado; Mauro Luiz de Moura Araújo, advogado; Ildeu da Cunha Pereira, advogado; Marcelo Pires Pinheiro, Fernando Manoel Pires Pinheiro

Seis escritórios de advocacia obstruíram o trabalho da Justiça na época. Um dos advogados procurou um lobista de uma empresa de proteína animal porque o Operação Lava Jato estava prestes a descobrir o esquema.

Como funcionava

De acordo com as investigações, empresas doavam dinheiro irregularmente para políticos e partidos. Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Em troca, empresas do grupo eram beneficiadas.

Duas redes de supermercados lavaram parte dos R$ 15 milhões dos R$ 30 milhões envolvidos na Operação. De acordo com o delegado Mário Velloso, as redes distribuíram o dinheiro para políticos, aproximadamente R$ 9 milhões doados oficialmente para candidatos de 2014. Um dono foi preso e o outro, em viagem no Uruguai, negocia a entrega com a Polícia Federal.

Empresários e políticos foram presos porque estavam atrapalhando as investigações, segundo o delegado. Também foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão.

Quando era ministro da Agricultura, o vice-governador Antonio Andrade teria beneficiado a JBS ao determinar a regulamentação da exportação, a proibição do uso de antiparasita de longa duração e a federalização das inspeções de frigoríficos, segundo as investigações.

Em troca, o grupo empresarial teria pago R$ 2 milhões pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões na proibição da ivermectina de longa duração.

Se indiciados, os envolvidos vão responder pelos crimes de constituição, participação em organização criminosa, obstrução de Justiça, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

(Com informações de agências)

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