Integrante de equipe de Bolsonaro é a primeira indígena a ingressar no Exército

Entre as quatro mulheres anunciadas nesta quarta-feira (7) pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para integrar a equipe da transição presidencial, uma é indígena e tenente do Exército. Silvia Nobre Waiãpi foi a primeira índia a ingressar nas Forças Armadas. De acordo com o site Pleno News, antes de fazer parte do Exército, Silvia enfrentou […]

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Integrante de equipe de Bolsonaro é a primeira indígena a ingressar no Exército
Foto: Folha Militar

Entre as quatro mulheres anunciadas nesta quarta-feira (7) pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para integrar a equipe da transição presidencial, uma é indígena e tenente do Exército. Silvia Nobre Waiãpi foi a primeira índia a ingressar nas Forças Armadas.

De acordo com o site Pleno News, antes de fazer parte do Exército, Silvia enfrentou a pobreza e foi mãe quando era adolescente, aos 13 anos. Ela nasceu na aldeia Parque Indígena de Tumucumaque, no Amapá, que tem 1,3 mil habitantes segundo os índios.

Se já não bastasse as dificuldades financeiras e a maternidade precoce, Silvia sofreu um acidente e foi perfurada no abdome por um pedaço de madeira aos 14 anos. Ela foi encaminhada para a cidade para ser operada e de lá se mudou sozinha para o Rio de Janeiro porque queria estudar.

“Vim sozinha. Não conhecia ninguém, dormi nas ruas por alguns meses. Eu tinha uma pedra, que acreditava que era sagrada, e a vendi para comer. Com aquele dinheiro eu consegui comer umas duas semanas. Aí eu pensei: “se eu podia vender uma pedra, poderia vender qualquer coisa”. Depois comecei a vender livro de porta em porta”, disse ao UOL, em 2011.

Silvia conseguiu uma casa para morar depois que a sobrinha de um vendedor ambulante lhe abrigou. Ela conseguiu um emprego no Círculo do Livro e conheceu poetas do Rio de Janeiro, que lhe ajudaram a estudar arte e ir para a escola.

Waiãpi revelou, em entrevista ao Programa Jô Soares em 2012, que uma das maiores dificuldades que teve que enfrentar foi o preconceito.

“Eu tinha uma roupinha muito velha, sem botão, mas que amava porque era minha melhor roupa. E, na escola, escolhiam sempre um aluno para hastear a bandeira. Meu sonho era hastear aquela bandeira, mas eles nunca me escolhiam. Era sempre uma criança branca, não índia. Me falavam que eu era a verdadeira brasileira, então não entendia porque eu não podia fazer aquilo”.

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