Ex-agente de segurança velada de Reinaldo é denunciado por portar até munição de fuzil
Ricardo era agente de segurança do governador Reinaldo Azambuja
Arquivo –
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Foi denunciado mais uma vez pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) o sargento da Polícia Militar, Ricardo Campos Figueiredo. Ex-agente de segurança velada do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Ricardo já foi denunciado por obstrução de Justiça ao destruir celulares durante operação Oiketikus, que desmantelou a “máfia do cigarro” no Estado.
Na segunda denúncia apresentada à Justiça pelo promotor Clóvis Amauri Smaniotto em 15 de junho, além de Ricardo, o policial da reserva Alli França Belchior também é denunciado.
O promotor afirma que no dia da operação, 16 de maio, Ricardo tinha em sua posse um revólver calibre .44 de fabricação espanhola, nove munições de fuzil 762 e uma pistola calibre .40 niquelada com dois carregadores e sem munições.
Durante as buscas, os agentes encontraram o armamento enrolado em um pano dentro de um guarda-roupas. Por isso, o promotor ofereceu a denúncia pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo e munições de uso restrito.
No pedido, Clóvis também solicita que perícia seja feita nas armas e indica duas testemunhas que acompanharam a operação e podem prestar depoimento no processo, que corre em sigilo e não pode ser consultado no sistema do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
Função especial
Conforme o Portal da Transparência do Governo do Estado, no mês passado o sargento teve salário de R$ 9,9 mil. Parte da remuneração, R$ 3,1 mil, foi referente aos serviços de segurança do governador.
A dispensa da função especial que exercia na governadoria se deu no último dia 10 deste mês de julho. A publicação de dispensa foi assinada pelo chefe da Casa Militar, coronel da PM Nelson Antônio da Silva.
Prisão
Figueiredo foi preso no dia 16 de maio acusado de obstrução de Justiça e por porte ilegal de armas. Chegou a ser solto no dia 19, mas voltou à prisão no dia 24 de maio, quando o MP-MS (Ministério Público Estadual) recorreu e requereu a detenção, alegando que ele destruiu celulares enquanto agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriam mandado de busca e apreensão na residência do PM.
No dia 5 de junho, três pessoas, entre elas um promotor de justiça, uma policial civil e outro policial militar, testemunharam contra o sargento. Já no final do mês de junho, a defesa do sargento apresentou à justiça uma nova versão que poderia derrubar o argumento de obstrução, alegando que foi a esposa de Ricardo quem destruiu, por motivos particulares, os aparelhos celulares.
Nos autos da prisão, agentes que prenderam o PM afirmaram que ele teria se escondido no banheiro da casa e destruído celulares que usava para conversar com chefes, amigos, colegas e familiares. Os responsáveis pelo cumprimento do mandado na residência do sargento relataram inclusive terem ouvido os aparelhos sendo quebrados.
Ao todo, a Oiketicus prendeu 29 policiais militares, entre praças e oficiais, por supostamente integrarem esquema de contrabando de cigarro na região fronteiriça. Eles foram acusados dos crimes de corrupção passiva, cuja previsão de pena é 12 anos de prisão mais multa, e organização criminosa com pena de até 8 anos de reclusão.
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