Janot descartou anular o conteúdo das investigações
Um dia após a revelação que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, revelar que vai pedir revisão da delação da JBS, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), comentou o assunto durante agenda pública na manhã desta terça-feira (5).
“Essa revisão que está propondo (a PGR), mostra aquilo que sempre falamos, que a verdade prevalece à mentira. Sempre confiei na justiça e na verdade, espero que ele realmente possa dar encaminhamento e comprovar pelo tamanho dos benefícios que tiveram o prejuízo que deram ao país, principalmente aos Estados”, declarou Azambuja.
Apesar da declaração do governador, o Janot já adiantou que o conteúdo da delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, bem como de executivos da J&F, não será anulado, apenas os possíveis termos de benefícios, isso se restar comprovado que os empresários cometeram alguma irregularidade no acordo de leniência.
A defesa dos irmãos Batista alega que a ‘interpretação precipitada’ das novas gravações encaminhadas ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), serão rapidamente esclarecidas assim que a gravação foi melhor examinada.
Por meio de sua assessoria, a JBS frisou que ‘Conforme declarou a própria PGR, em nota oficial, o diálogo em questão é composto de “meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático”. Ou seja, apenas cogitações de hipóteses — não houve uma palavra sequer a comprometer autoridades. É verdade que ao longo do processo de decisão que levou ao acordo de colaboração, diversos profissionais foram ouvidos — mas em momento algum houve qualquer tipo de contaminação que possa comprometer o ato de boa-fé dos colaboradores’.
Azambuja, bem como os ex-governadores Zeca do PT e André Puccinelli (PMDB), foram acusados, na delação da JBS, de cobrarem propina na concessão de benefícios fiscais para que empresas do grupo se instalassem em Mato Grosso do Sul.