Declaração foi feita em debate da Fundação Rede Brasil Sustentável

Na abertura de debate promovido pela Fundação Rede Brasil Sustentável em São Paulo, na manhã deste sábado (18), Marina Silva criticou a decisão da Assembleia Legislativa do Rio de revogar a prisão de três deputados.

“O que aconteceu ontem [sexta] no Rio é a demonstração mais evidente do fracasso da política no Brasil”, afirmou. “Olhando para o Congresso e para muitas assembleias estaduais, tudo o que não encontramos é a conduta ideal do Estado e dos representantes.”

Na tarde de sexta (17), por 39 votos a 19, os deputados estaduais revogaram a prisão preventiva e o afastamento do mandato do presidente da Casa, Jorge Picciani, e dos deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB.

A Assembleia evocou a Constituição do Estado do Rio de Janeiro, que nesse ponto segue a Carta federal. O artigo 102 do texto estabelece que o plenário da Casa deve ser consultado para confirmar ou revogar a prisão de deputados estaduais.

Os três deputados foram alvos da Operação Cadeia Velha, que investiga o pagamento de cerca de R$ 500 milhões a políticos feitos por donos de empresas de ônibus.

Ao comentar o caso, Marina Silva criticou o fato de muitas autoridades públicas se valerem de seus cargos para sabotar a Justiça e a República.

“Quando os políticos fazem algo para proteger os de cima e a eles próprios, com certeza acabarão atropelados pelos de baixo.”

Para Marina, o “autoindulto privilegiado” no Rio configura um nítido caso de abuso de autoridade.

“Isso sim, esse tipo de abuso de autoridade, deveria ser alvo de debate, e não aquele projeto de abuso do Congresso que tenta constranger a Lava Jato e o Ministério Público.”

Marina fez a fala de abertura de um debate promovido por seu partido, a Rede, a respeito de gestão pública e economia.

O evento foi organizado pela ex-senadora Heloísa Helena, presidente da Fundação Rede Brasil Sustentável.

A meta é promover uma série de seminários pelos país, a partir dos quais serão debatidos pontos estratégicos para o país.