Marcelo Odebrecht diz que Dilma e Lula sabiam de caixa 2

Ex-presidentes negam

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Ex-presidentes negam

O empresário Marcelo Odebrecht afirmou em delação premiada que Dilma Roussef e Luiz Inácio Lula da Silva sabiam de doações não contabilizadas da empreiteira para a campanha deles à Presidência da República, o chamado caixa 2. As informações são da Agência Brasil.

“O empresário disse que se encontrou com a ex-presidente Dilma em 2015 no México, e afirmou que fez um alerta sobre a possível contaminação que o caixa 2 poderia causar à campanha dela por causa das investigações da Lava Jato”, explica a Agência.

“No que tange à questão de caixa 2, tanto Lula quanto Dilma, eles tinham conhecimento de um montante, não necessariamente do valor preciso, mas tinham conhecimento da dimensão de todo o nosso apoio ao longo dos anos. A Dilma, ela sabia, que grande parte do nosso apoio tava direcionado para João Santana [responsável pelo marketing da campanha]. E especificamente em 2015, no encontro que tive, já com a Operação Lava Jato deflagrada, tive consciência de todos os depósitos que tinham sido feitos, eu mostrei a ela a quantidade que pdoeria contaminar a campanha dela”, disse em um dos depoimentos da delação premiada.

Já o ex-executivo da empreiteira Márcio Faria afirmou que em uma reunião com Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Michel Temer, no escritório particular do presidente, foi acertado o pagamento de R$ 40 milhões ao PMDB para garantir a vitória da Odebrecht em um processo licitatório da Petrobras

O que dizem os ex-presidentes

Em nota, à Agência Brasil, a ex-presidenta Dilma Roussef afirma que Marcelo Odebrecht faltou com a verdade. Diz que nunca pediu recursos para a campanha ao empresário e refuta o que chama de insinuações de que tenha beneficiado a construtora. Dilma ainda declara que nunca manteve relação de amizade ou de proximidade com o dono da empreiteira.

Pela rede social Facebook, o ex-presidente Lula divulgou nessa quinta-feira trechos de uma entrevista concedida a rádio Metrópole em Salvador em que diz encarar com naturalidade todas as acusações falsas que vem sofrendo e afirma que o país não pode viver sob uma ditadura de um pequeno grupo do Poder Judiciário.

O presidente gravou um vídeo na quinta-feira (13) negando qualquer participação no acerto de pagamento de propina da Odebrecht ao PMDB. Temer disse que a mentira “causa repulsa” e que “jamais colocaria em risco” sua biografia. O vídeo foi divulgado pela assessoria do Palácio do Planalto na tarde de hoje e publicado na conta de Temer no Twitter.

Novos inquéritos

Com a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou abertura de 76 inquéritos para investigar pessoas citadas nas delações da Odebrecht, subiu para 195 o número de investigados na Corte a partir da Operação Lava Jato.

Antes das decisões, 109 parlamentares, ministros e outros envolvidos eram investigados no STF. 

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