Indígenas denunciam irregularidades e assédio sexual em Secretaria Especial de Saúde

Dois dirigentes são acusados 

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Dois dirigentes são acusados 

Lideranças indígenas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram denúncias contra dirigentes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) nesses estados, durante a reunião desta terça-feira (4) da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Dois dirigentes são acusados de usar indevidamente bens e recursos públicos, desmantelar as ações de saúde e de praticar assédio moral e sexual contra indígenas e servidoras públicas da secretaria, com atuação nos dois estados.Indígenas denunciam irregularidades e assédio sexual em Secretaria Especial de Saúde

Um documento foi entregue à Procuradoria da Mulher, dirigia pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que participou da reunião, dirigida pela presidente da CDH, Regina Souza (PT-PI). Os fatos foram trazidos ao conhecimento, em Brasília, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e ao Ministério da Saúde, que responde pela assistência à saúde indígena. O Ministério Público também foi acionado, assim como registrada denúncia na Polícia Federal.

Os líderes exigem a saída do atual coordenador distrital de saúde indígena, Gaspar Luiz Paschoal, e do chefe Serviço de Escritório Local no Rio Grande do Sul, Evaldo Eikoff, os acusados dos atos irregulares e assédio. A cacique Angela Kaingang disse que jovens indígenas tiveram que enfrentar situação humilhante para, num ato de coragem, denunciar os assédios em audiência pública ocorrida no mês passado no estado.

— As meninas firam chorando e se humilhando na frente de mais de 200 lideranças para denunciar, enquanto o coordenador não fez nada — contou Ângela.

Como não houve providências em relação aos fatos, os líderes decidiram então denunciar a situação em Brasília, depois da ocupação de unidades do distrito sanitário no Rio Grande do Sul. Acompanhadas da advogada Fernando Kaingang, eles estiveram também no Ministério da Justiça, ao qual está vinculada a Funai, em protesto pacífico.

Regina Souza adiantou que a CDH acompanhará o caso. O mesmo compromisso foi firmado por Vanessa Grazziotin, que elogiou a coragem dos líderes e, em particular, das jovens indígenas, pela decisão de denunciar os assédios.

—  Sintam-se amparadas, pois estamos com vocês nessa luta — disse a senadora.

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