Em nota, PTB nacional diz ter recebido dinheiro da JBS por ‘normas legais’

Já em delação, diretor chama doação de ‘propina’

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Já em delação, diretor chama doação de ‘propina’

Em nota, PTB nacional diz ter recebido dinheiro da JBS por ‘normas legais’

O transmitido pelo PTB nacional difere do dito na delação homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F (dona do JBS). Na confissão, ele disse que a JBS repassou ao PTB R$ 20 milhões, valor que o diretor trata como “propina”. O dinheiro doado, disse Saud, seria devolvido à empresa em forma de benefícios fiscais ou dinheiro. A doação feita teria um só propósito: o PSDB de Aécio ia usar o dinheiro para “comprar” o apoio político do PTB no Brasil. O senador afastou perdeu a eleição para a ex-presidente Dilma, no segundo turno, em 2014.

Em trecho da delação, Saud disse ter depositado uma importância na conta de Sérgio Louzada, à época, em junho de 2014, tesoureiro do PTB de Mato Grosso do Sul.

Planilha onde aparecem nomes de políticos e empresas que teriam recebido somas da empresa, entregue ao MPF (Ministério Público Federal), aparece o nome de Louzada e um numeral adiante indicando que a ele foi doado R$ 100 mil.

Atual direção do PTB de MS não quis manifestar-se sobre o caso e aconselhou a reportagem do Midiamax a procurar o próprio Sérgio para que dê a versão dele.

A reportagem quis conversar com o Louzada desde ontem, terça-feira (23), mas não conseguiu. O pai de Sérgio, Ivan Louzada, então presidente do PTB regional, em 2014, disse que o filho estava viajando e negou ter conhecimento do depósito de R$ 100 mil. O jornal tentou dialogar com o ex-tesoureiro também pelo perfil dele no Facebook, mas não adiantou.

No início da tarde desta quarta-feira (24), por telefone, a reportagem telefonou para o escritório da empresa de Sérgio Louzada, mas ele não estava e que logo chegaria.

Recado foi deixado para ele retornar à ligação, o que não ocorreu até a publicação deste material. Hoje, o PTB de MS é chefiado por uma diretoria provisória, cujo mando expira em outubro. Dirige a sigla o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad que, à época, em 2014, foi o candidato ao governo, pelo PMDB.

Segue aqui a nota do PTB nacional.

O Diretório Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro afirma que a legenda recebeu doações de campanha da empresa JBS S.A. nas eleições gerais de 2014. Entretanto, o PTB ressalta que todas as doações recebidas pela referida empresa foram feitas por indicação do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), candidato a presidente da República apoiado pelo partido naquela época. E reiteramos que as doações recebidas foram realizadas rigorosamente dentro das normas legais e devidamente declaradas à Justiça Eleitoral.

O Diretório Nacional do PTB, portanto, esclarece que o partido jamais teve qualquer relação com a JBS nem com qualquer membro da empresa – seja pessoa física, seja pessoa jurídica. Certificamos que o partido não teve vínculo com a JBS no passado, não tem no presente e não terá no futuro.

Declaramos também que o PTB não tem compromisso em ajudar a JBS, tendo em vista a atuação aberta, firme e intensa de parlamentares do partido na CPI do BNDES, comissão que teve por objetivo investigar irregularidades em empréstimos concedidos pelo banco.

Por fim, reiteramos o apoio do Partido Trabalhista Brasileiro às investigações da Lava Jato, e queremos que as denúncias envolvendo a JBS S.A. sejam apuradas e a empresa seja devidamente punida por todos os crimes que cometeu.

Roberto Jefferson
Presidente Nacional do PTB

Conteúdos relacionados

claudinho corrupção
mpms