O (PSDB) criticou nesta terça-feira (16) a atuação da JBS em Mato Grosso do Sul ao comentar a ampliação da planta frigorífica em , que passará a exportar carne para a China. O parlamentar aponta que a empresa fecha frigoríficos pequenos no Estado, ‘a fim de comprar boi mais barato e exportar mais caro'.

“É uma empresa que recebeu aporte de R$ 19 bilhões do BNDES e que anuncia um investimento de R$ 150 milhões no Estado. Não é nem 1%. Tinham que investir ao menos R$ 5 bilhões. Chegam e fecham frigoríficos no interior, acabam com empregos”, denunciou.

O deputado referiu-se à destinação de R$ 17,6 bilhões em apoio financeiro a empresas do Grupo J&F, que controla a JBS, sendo R$ 9,5 bilhões em empréstimos e R$ 8,1 bilhões na compra de ações da JBS e do frigorífico Bertin, que seria posteriormente comprado pela JBS.

O parlamentar disse, ainda, que não adianta ‘tampar o Sol com a peneira'. “Estão fazendo o que é obrigação deles. Eu respeito o nosso presidente, mas não pode dar tratamento diferenciado. E é importante para o povo saber”, pontuou.

Investimento

A JBS anunciou na sexta-feira (12), durante visita do presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai duplicar a unidade II de Campo Grande, dobrando a capacidade de produção e a quantidade de trabalhadores em um ano. Para isso, a empresa deve investir R$ 150 milhões para transformar a unidade na maior planta de carne bovina de toda a América Latina.

A partir do investimento na unidade recém-habilitada a exportar para a China, a fábrica terá capacidade diária para processar 4.400 animais, enquanto a quantidade de colaboradores vai saltar dos atuais 2.300 para 4.600. As duas unidades da JBS de Campo Grande e uma de Naviraí receberam autorização para exportar para a China em março.

Com as liberações, as unidades de produção de bovinos de Mato Grosso do Sul agora podem embarcar por um volume equivalente a 2,3 milhões de animais, acréscimo de 1,87 milhão. Antes, o número de para a China alcançava um número equivalente a, no máximo, 467 mil cabeças. Considerando o share de processamento no estado, o potencial de embarque para a China subiu de 11,4% para 57,1%.

A unidade Campo Grande II foi uma das habilitadas em março. Construída em 2007 e adquirida pela JBS em 2010, conta hoje com 2.300 colaboradores e produz, todos os dias, 440 toneladas de carne e 136 toneladas de hambúrgueres (ou 2,4 milhões de unidades). Além da China, a fábrica pode exportar para Estados Unidos, Argélia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Argentina, União Europeia e Chile, entre outros.