Dono do maior frigorífico do mundo, Joesley agora vive em cela sem banheiro

Cela tem cano de água fria como chuveiro e buraco como vaso sanitário

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Cela tem cano de água fria como chuveiro e buraco como vaso sanitário

Beneficiada com aportes bilionários de bancos como R$ 14,8 milhões do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), e R$ 5,5 bilhões da Caixa Econômica Federal, a JBS conseguiu se tornar a maior processadora de proteína animal do mundo. Os aportes possibilitaram a expansão da empresa, que pôde comprar gigantes do ramo no exterior, como a Swift.

Os órgãos federais não foram generosos com o grupo empresarial à toa, como explicou o dono da JBS, Joesley Batista, em seu acordo de delação premiada. Os benefícios à empresa estavam todos atrelados a pagamentos de propina, segundo Joesley.

O empresário, que agora vive em uma cela sem banheiro na Polícia Federal, sempre se orgulhou de seus laços políticos. Em seu casamento, em 2012, com a apresentadora Ticiana Villas Boas, estiveram presentes o ex-presidete Lula (PT), o presidente Michel Temer (PMDB) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Nas festas de Joesley, segundo a Folha, também era fácil encontrar o corretor de imóveis Lúcio Funaro, que agora delata a cúpula do PMDB, incluindo o presidente Michel Temer, num esquema de organização criminosa para recebimento de vantagens ilícitas. Nesta segunda-feira (11), a Polícia Federal ofereceu uma denúncia contra o grupo.Dono do maior frigorífico do mundo, Joesley agora vive em cela sem banheiro

Desde que iniciou seu acordo de delação com o MPF (Ministério Público Federal), Joesley saiu de cena. As suspeitas de que sua delação teria ocultado dados importantes à investigação levaram ao ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), a determinar a prisão do empresário, no último domingo (10).

Joesley chegou na segunda-feira à sede da Polícia Federal, onde passará os próximos quatro dias preso. Ele divide cela com Ricardo Saud, um ex-executivo e assessor da JBS que também participou do acordo de delação premiada do grupo, que resultou numa denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB).

A denúncia contra Temer foi enterrada na Câmara, mas Joesley não deixou de pagar pelo crime de ocultar informações da Polícia Federal. Na prisão, o empresário vive em uma cela de 9 m², sem banheiro, com apenas um buraco para fazer suas necessidades, um cano de onde sai água fria como chuveiro, duas camas de cimento coladas na parede.  

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