Documento revela que gado ‘vendido’ não foi abatido pela JBS. 

Por 3 votos a 2, a CPI da Propina se negou a convocar para depor o titular da SFA (Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Celso de Souza Martins, e o secretário estadual de Fazenda, Marcio Monteiro.

Documento do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) confirma que ao menos parte do gado supostamente vendido por agentes públicos ligados ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não foi abatido nas unidades da JBS em Mato Grosso do Sul. Segundo delações na Lava Jato, o gado seria usado para justificar o pagamento de propinas.

Os pedidos da convocação de Celso Martins e Marcio Monteiro partiram dos deputados Pedro Kemp (PT) e Paulo Siufi (PMDB), mas obtiveram os votos contrários de Flavio Kayatt (PSDB) e Eduardo Rocha (PMDB). Coube ao presidente da CPI, Paulo Corrêa (PR) os votos de minerva impedindo as convocações.

“Eu e o Kemp apresentamos pedidos para convocar o Celso Martins e o Marcio Monteiro. Pedi a convocação do Celso Martins por conta das reportagens que falam de ‘Boi de Papel’. Isso é péssimo para o nosso estado. Já tivemos a Carne Fraca e agora o ‘Boi de Papel’. Vou apresentar novamente os dois requerimentos na quarta-feira”, disse Siufi.

Contra a convocação de Celso Martins, Paulo Corrêa argumentou que a CPI precisaria, antes, finalizar a análise dos Tares, os termos de acordo do governo com a JBS para concessão de incentivos fiscais, o que só deve acontecer em setembro.  

Já com relação a Marcio Monteiro, a alegação de Paulo Corrêa foi de que a argumentação usada no documento foge do objeto da CPI.