Com Carlos Marun, Mato Grosso do Sul volta a ter ministro depois de 16 anos

Último a ocupar cargo de ministro foi Ramez Tebet, em 2001

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Último a ocupar cargo de ministro foi Ramez Tebet, em 2001

Chamado de “gigante” pelo presidente Michel Temer e com a difícil missão de convencer o Congresso Nacional a aprovar a reforma da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS) tomou posse nesta sexta-feira (15), no Palácio do Planalto, no cargo de ministro chefe da Secretaria de Governo. Marun substitui Antônio Imbassahy.

Deputado por Mato Grosso do Sul, o gaúcho de Porto Alegre Marun fez um discurso de apoio à reforma previdenciária. “O maior dos desafios é a reforma da previdência e eu assumo essa função consciente disso”, disse. Ele terá a função de articulador do governo com o Congresso Nacional.

Marun afirmou que a Previdência Social precisa ser “mais justa e menos desigual para todos” e previu que 2018 será um ano “de espetacular crescimento”.

Durante o discurso de posse, ele lembrou várias vezes de Mato Grosso do Sul e afirmou que abre mão da reeleição, se for da vontade do presidente Temer.

Marun também teceu elogios ao presidente Temer e criticou o governo Dilma, lembrando que foi um dos líderes no processo de impeachment.

O presidente Michel Temer, por sua vez, disse que Marun “é um orador destemido”, que já deu prova da capacidade de “construir pontes” e que “assegurará a relação de respeito entre Executivo e o Legislativo”.

Ele aproveitou o evento para defender a Reforma da Previdência, reafirmando que ela não trará prejuízos para os mais pobres e vão acabar com privilégios.

Temer também disse que deixou a votação da reforma para fevereiro para não constranger os deputados.

Remarcada

A posse do sul-mato-grossense havia sido adiada duas vezes. Na última delas, na quinta-feira (14), o adiamento ocorreu por conta da internação do presidente Michel Temer, que passou por uma cirurgia urológica.

Com a posse de Marun, Fabio Trad assume a vaga na Câmara dos Deputados. Irmão do prefeito Marquinhos e do ex-prefeito Nelsinho Trad, ele volta para o Congresso. 

Perfil

Advogado e engenheiro civil, Marun é uma figura polêmica que vem ganhando destaques nacional nos últimos meses por conta de defesas intransigentes. Mas a carreira política dele começou há muito tempo, em Campo Grande, como secretário municipal de Assuntos Fundiárias (1996). Na prefeitura, sob a gestão de André Puccinelli, foi ainda secretário de Assuntos Fundiários e diretor-presidente da Emha (Empresa Municipal de Habitação). Em seguida foi vereador em Campo Grande (2005-2006) e deputado estadual, mas voltou a ser secretaria na gestão de André Puccinelli no governo de Mato Grosso do Sul.

Com Carlos Marun, Mato Grosso do Sul volta a ter ministro depois de 16 anos

Marun ganhou destaque por se manter fiel às convicções, mesmo nos momentos de crise. Foi assim com Eduardo Cunha, quando visitou o ex-deputado na prisão. Ganhou notoriedade também por presidir a comissão especial da reforma da Previdência. Se manteve fiel também na defesa do presidente Michel Temer. Esses posicionamentos levaram, em junho, o deputado federal Carlos Marun a figurar nas páginas amarelas da revista Veja.

Destaques nacionais

Marun não é o primeiro político radicado em Mato Grosso do Sul a ter destaque no cenário político nacional. Agora como ministro, o deputado federal figura em hall de pelo menos quatro políticos daqui que ocuparam cargos importantes na política brasileira.

Último sul-mato-grossense a ocupar cargo de ministro foi Ramez Tebet, nomeado em junho de 2001 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para comandar o Ministério da Integração Nacional.

Antes disso, Ramez se destacou no Senado e, inclusive, deixou o ministério três meses depois para ser eleito presidente do Congresso Nacional. O senador morreu aos 70 anos, em novembro de 2006, vítima de câncer no esôfago.

Outro político a ocupar ministério foi Delcídio do Amaral (sem partido). Especialista do ramo de energia, foi nomeado a comandar o Ministério de Minas e Energia em setembro de 1994, pelo então presidente Itamar Franco.

Delcídio permaneceu no ministério até janeiro de 1995, foi diretor de Gás e Energia da Petrobras entre os anos 200 e 2001, mas ganhou projeção nacional mesmo ao presidir a CPMI dos Correios, no Senado. Alvo da Operação Lava Jato, Delcídio perdeu o mandato e hoje está sem partido.

Além dos ministros, outros dois políticos também se destacaram nacionalmente. O nome mais importante foi Jânio Quadros, que nasceu em Campo Grande e chegou à Presidência do Brasil em 1961.

Ele permaneceu oito meses no comando do Brasil e renunciou em agosto do mesmo ano. Apesar de ter nascido em Campo Grande, período em que integrava o Mato Grosso, Jânio se mudou ainda criança para Curitiba e depois São Paulo, onde iniciou a vida política.

José Fragelli, nascido em Corumbá, foi outro político de expressão. Além de governar o então Mato Grosso e conquistar cargo de senador por Mato Grosso do Sul, Fragelli chegou à presidência do Senado em março de 1985, permanecendo no cargo por dois anos.

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O Presidente da ASMMP, Fabrício Secafen Mingati, que também assinou a nota conjunta (Reprodução, MPMS)