Puccinelli diz que rejeita candidatura para atender pedido da família
PMDB aposta na canditura do senador Moka
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PMDB aposta na canditura do senador Moka
O ex-prefeito de Campo Grande e ex-governador André Puccinelli (PMDB) confirmou nesta segunda-feira (11) que não disputará a Prefeitura de Campo Grande nas eleições deste ano. Havia um apelo da sigla e até mesmo popular pela candidatura, mas o peemedebista alegou que preferiu atender ao pedido da família e recuar. Com a renúncia, o nome do senador Waldemir Moka passou a ser cogitado.
André justificou sua desistência em uma carta publicada no Facebook, lida por ele durante reunião na sede do diretório. No texto, o governador disse que “depois de ouvir novamente minha família, ponderar os apelos de companheiros inclusive de outros municípios e avaliar com serenidade, livre de qualquer vaidade e longe de objetivos pessoais, que não seria candidato a prefeito da nossa Capital nas eleições deste ano”.
Desde que deixou o governo do Estado, Puccinelli afirmou diversas vezes que não colocaria mais seu nome nas urnas, com justificativa que se aposentaria, passando a se dedicar mais a família.
Ao mesmo tempo, o ex-governador viu seu partido perder espaço no cenário político do Estado. Primeiro, com a derrota de Edson Giroto para Alcides Bernal (PP) pela prefeitura de Campo Grande, em 2012. Depois Nelsinho Trad, que não manteve sucessão peemedebista, perdendo cargo de governador para Reinaldo Azambuja, em 2014.
A reunião para a resposta se André seria ou não o pré-candidato da sigla foi adiada diversas vezes e hoje finalmente foi oficializada. Até então, o pré-candidato da sigla era o deputado estadual Marcio Fernandes. Agora PMDB sinaliza que vai apostar no senador Moka.
Em pesquisa feita pelo Instituto DATAmax, encomendada p elo Jornal Midiamax, o ex-governador teve a maior rejeição dos eleitores, com 31,97%. Ainda assim, com a presença de Puccinelli na disputa, o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD) e o prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) estariam tecnicamente empatados com 18,53% e 17,66% dos votos, respectivamente, na disputa pelo comando da cidade. Puccinelli aparecia em terceiro, com 14,43% da preferência do eleitor.
Investigado
A gestão de Puccinelli é investigada pelo Ministério Público Estadual, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União. Há suspeitas de desvios milionários que aconteceriam em superfaturamento de Obras e favorecimento a empresas em licitação.
O ex-governador foi alvo da nova fase ‘Fazendas de Lama’, nova etapa da Operação Lama Asfáltica, quando voltou a afirmar, na sede da PF, que não cometeu irregularidades em seu governo, mas admitiu que carrega uma fama nada agradável.
“Hoje em dia não compensa ser agente, você não rouba e fica com pecha de ladrão, o povo não te respeita mais. Um doido adversário acha que pode te xingar, você na rua com filho, filha com o neto”, disse o peemedebista após prestar depoimento.
No mesmo dia, Puccinelli também disse que não será mais candidato a cargo político, mas semanas depois brincou mais uma vez com a possibilidade de ser candidato e disse que pode tentar disputar com o atual chefe do Executivo estadual, Reinaldo Azambuja (PSDB), eleições em 2018.
Confira na íntegra carta publicada pelo ex-governador
“Honrado pelos sucessivos e insistentes pedidos do meu partido para que revisse a minha decisão de não me candidatar a prefeito de Campo Grande, reafirmo, depois de ouvir novamente minha família, ponderar os apelos de companheiros inclusive de outros municípios e avaliar com serenidade, livre de qualquer vaidade e longe de objetivos pessoais, que não seria candidato a prefeito da nossa Capital nas eleições deste ano.
É uma decisão que já havia tomado e anunciado oficialmente em março e que tinha sim o peso decisivo do apelo de minha família.
A partir de então, surgiram articulações que apontaram o nome do deputado estadual Marcio Fernandes, depois de terem também declinado de candidaturas os senadores Waldemir Moka e Simone Tebet, além do deputado Carlos Marum.
Participavam conosco, como aliados, o PR, o PSB e outros partidos, visando a formação de uma chapa comum de prefeito e vice. Ao lado do presidente regional do PMDB, deputado Junior Mochi, e com o respaldo da deputada federal Teresa Cristina, do PSB, buscamos uma definição entre Marcio Fernandes e Teresa que, no entanto, declinaram das candidaturas, levando o PR e, posteriormente o PSB, a debandarem.
O PMDB voltou então a insistir para que eu ponderasse a possibilidade de ser candidato, fixando o prazo de 30 de maio para uma resposta. Concordei em retomar as consultas, mas elas continuavam apontando para a decisão inicial. O partido insistiu e estendeu o prazo para 15 de julho, mas nada mudou.
Mesmo não enfrentando qualquer impedimento legal ou jurídico, mesmo com as pesquisas indicando um quadro favorável a minha candidatura, inclusive com vitória no 1º. turno, e ainda que muitos, generosamente, tenham se manifestado pessoalmente, por escrito e nas redes sociais, argumentando que seria o único capaz de salvar nossa Capital, agradeço a bondade e a generosidade, mas reafirmo que não sou candidato, não disputarei a prefeitura de Campo Grande este ano e, humildemente, não me considero “salvador da pátria”.
O PMDB está liberado para buscar o melhor caminho e acredito que deva fazê-lo ouvindo todas as suas lideranças. Penso que acompanharei a decisão dos companheiros pois sempre fui partidário. Espero que o eleitor campo-grandense, ao final, escolha um prefeito que trabalhe por Campo Grande como sempre trabalhamos, com Amor, Trabalho e Fé!
Campo Grande, 11 de julho de 2016.”
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