Novo vazamento na Coffee Break revela caso de homofobia entre vereadores
Valdir Gomes protocolou pedido de resposta na Câmara Municipal
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Valdir Gomes protocolou pedido de resposta na Câmara Municipal
Diante do vazamento de uma conversa feita entre vereadores em um grupo de Whatsapp, o diretor licenciado do CCI (Centro de Convivência de Idosos) e ex-vereador Valdir Gomes, disse que vai protocolar pedido de resposta contra as citações homofóbicas feitas pelos parlamentares. Valdir, que pode concorrer às urnas neste ano pelo PP, disse que o comportamento é inaceitável dentro de um parlamento e que entrará com ação na Justiça por danos morais.
A polêmica começou quando conversas com o nome do pepista, que integram conteúdo investigado durante Operação Coffee Break, ficaram disponíveis na ação que corre pelo Tribunal de Justiça.
Na troca de mensagens pelo aplicativo, os vereadores Airton Saraiva (DEM), Carlão (PSB) e Herculano Borges (SD), ironizam contratação de Valdir para assumir a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), em 2015. A nomeação foi feita quando Gilmar Olarte estava no comando da Prefeitura, e pelo tom das conversas, os parlamentares desmereciam a contratação de Valdir Gomes pela sua opção sexual. O vereador cassado Delei Pinheiro também participa dos comentários homofóbicos.
Pai de três filhos adotivos e avô de um adolescente de 13 anos, o ex-vereador afirmou que vai protocolar nesta tarde um pedido de resposta, a ser feito na sessão ordinária desta quinta-feira (14). “É uma total falta de respeito. Não aceito esse tipo de conduta ainda mais desses vereadores que não fazem nada. Sou um pai de família, talvez muito mais homem que eles, que sequer têm coragem de adotar. O constrangimento à qual expuseram minha família não vai passar em branco”, afirmou.
Criticando o comportamento dos vereadores, Valdir cutucou os vereadores, citando polêmicas que rondaram a Casa de Leis, na atual legislatura. “Trabalho há 48 anos e nunca tive meu nome sequer envolvido em processo administrativo. Nunca me envolvi com pedofilia e nem me corrompi por dinheiro. Ganho meu dinheiro com trabalho e não vou aceitar que julguem minha capacidade pela minha orientação sexual”.
Ainda em tom de revolta, o ex-vereador se disse desmoralizado pela conversas, mesmo que feitas dentro de um grupo pessoal. “Não importa quando ou como falaram. Trabalho com idosos e crianças e tenho total respeito pelas pessoas”, disse, explicando que se sente preocupado com possíveis brincadeiras desagradáveis contra seus filhos ou familiares.
“Sei coisas de muitos deles e nunca falei por aí, afinal tenho família e foco no meu trabalho. Nunca cantei nenhum deles e o que faço em quatro paredes não deve ficar na boca de parlamentares. Falem do meu trabalho, mas não da minha vida pessoal. Nunca dei liberdade para isso. Já que falaram, quero representação por quebra de decoro e ainda vou entrar com ação por danos morais”, completou.
De acordo com Valdir, alguns dos vereadores envolvidos já entraram em contato para pedir perdão, conversaram, mas não pensa em voltar atrás com a ação. “A questão do desrespeito não se trata de perdão. Se fizeram isso comigo e eu deixar passar em branco, vão continuar fazendo com outras pessoas e não vou deixar”. Valdir também se disse especialmente decepcionado com Carlão, vereador a qual trabalhou nas últimas duas eleições.
Valdir se filiou recentemente ao Partido Progressista do atual prefeito Alcides Berna e se licenciou do cargo de diretor do CCI com foco nas eleições. Ainda assim, ele diz que a definição se será ou não candidato a vereador, só será feita no período de convenções.
Whatsapp
Nas conversas, Carlão usa o termo “outro gay” para desqualificar as contratações feitas por Gilmar Olarte. Em outro trecho, Herculano diz que “está cheio de viado neste grupo”, e se diz pertencer à bancada hetero. Airton Saraiva cita “incompetente” e que “é uma piada de mau gosto”, ao responder comentário de Delei que dizia: Vai gostar de exonerar e contratar.. está brincando de ser prefeito. Os vereadores também fazem trocadilho com nome da secretaria, quando ao se referirem a Semadur, usam o termo “Semacu”.
Despacho
Em novembro do ano passado, enquanto analisava 400 mil páginas geradas pela perícia nos celulares dos envolvidos na operação Coffee Break, o desembargador Luiz Claudio Bonassini afirmou que 90% eram conversas inúteis para a investigação sobre um suposto esquema de compra de votos para a cassação de Alcides Bernal do cargo de prefeito de Campo Grande, ocorrida em março de 2014.
Diante disso, o magistrado sugeriu ao MPE que destruísse o material que não serviria de prova nas investigações, por meio de incineração.
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