Ex-ministro pediu afastamento depois de áudios divulgados pela Folha

Em nota divulgada na noite da segunda-feira (23), o presidente interino Michel Temer (PMDB) agradeceu aos trabalhos desempenhados pelo ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB), que pediu afastamento ontem depois de 11 dias a frente do ministério. Temer também afirmou que “Jucá continuará, neste período, auxiliando o governo federal no Congresso de forma decisiva, com sua imensa capacidade política”.

Jucá pediu o afastamento da pasta depois que uma gravação com trechos de conversas entre o ex-ministro e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo. As gravações mostram uma conversa sobre um suposto “pacto” para tentar barrar a Operação Lava-Jato.

Em um dos trechos, Machado sugere que a “solução mais fácil” era ter o vice-presidente Michel Temer na presidência para fazer um acordo. “É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional”, ao que o peemedebista responde “Com o Supremo, com tudo”. Logo em seguida Machado diz: “Com tudo, aí parava tudo” e o ministro concorda: “É. Delimitava onde está, pronto”.

Ao dizer que “Tem que mudar o governo para poder estancar essa sangria”, em outro trecho da conversa, Jucá foi acusado de estar tentando barrar a Operação Lava-Jato. O ex-ministro se defendeu dizendo que a “sangria” no trecho citado se referia aos problemas econômicos do país, e não às investigações da Operação.