Cidadãos têm medo de represálias

Das 29 mil assinaturas necessárias para reduzir o de Campo Grande, por meio de projeto de lei de iniciativa popular, mais de 15 mil já foram coletadas por equipe de voluntários coordenada pelo fisioterapeuta Denis Pereira. A iniciativa surgiu em setembro passado e mesmo com recesso parlamentar, que vai até o dia 2 de fevereiro, a coleta não parou. O idealizador, porém, revela que os cidadãos às vezes não aderem à campanha por medo de retaliação.

“Precisamos fazer uma recontagem, mas estimamos ter ultrapassado a quantia de 15 mil. Na verdade as coletas não pararam. Temos mil fichas distribuídas na cidade. A nossa luta no momento é a conscientização das pessoas que a receberam para que a devolvam mesmo que não tenham completado todos as colunas. Infelizmente tenho percebido que a população teme uma represália”, contou Denis.Mais de 15 mil já assinaram projeto para reduzir salário de vereadores

“Eles desejam a mudança, mas o medo supera. Por isso em último caso, se não conseguirmos, lutaremos para ter alguém dentro da câmara que trabalhe contra esta desonra com a população e os impostos”, completou. Nos primeiros domingo do ano não haverá a coleta feita na Praça do Rádio das 14h às 18h. O que não significa que o trabalho está suspenso. “Em breve vamos retomar”.

O intuito da medida é evitar que em 2017 a remuneração suba para R$ 20 mil, como foi aprovado em 2014 passado pelos nobres pares, e tentar igualar a remuneração parlamentar ao que é pago ao cidadão brasileiro, ou seja, de acordo com a formação escolar de cada um. Aos legisladores que possuem ensino médio o pagamento seria de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil e aos com formação superior R$ 3,3 mil a 5,3 mil.

Atualmente os 29 recebem R$ 15 mil por mês além do auxílio de até R$ 8,4 mil de verba indenizatória. Ao todo são necessárias quase 30 mil assinaturas, número que corresponde a 5% do eleitorado de Campo Grande, percentual exigido para que seja criado um projeto de lei de iniciativa popular.

Inspiração – Em junho do ano passado a pequena Santo Antônio da Platina, cidade com 40 mil habitantes no Norte do Paraná, ganhou manchetes nacionais porque conseguiu diminuir os salários do prefeito, vice-prefeito e vereadores a partir de 2017. Inicialmente o projeto era para aumentar a remuneração, mas após protesto de uma empresária, com direito a vídeo na internet, o jogo virou. O chefe do Executivo passará a ganhar R$ 12 mil, R$ 2,7 mil a menos que o atual. Já os dos nove legisladores, que hoje é de R$ 4 mil, passarão a receber R$ 970. No começo a intenção era reajustar para R$ 8,5 mil.