Grupo acampa na Câmara para acompanhar votação da Lei da Mordaça

Entrada só será permitida em posse de senha e identificação pessoal 

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Entrada só será permitida em posse de senha e identificação pessoal 

Um grupo de oito pessoas acampou em frente a Câmara Municipal para não perder a sessão na qual será votado veto do prefeito em relação ao polêmico projeto popularmente conhecido como ”Lei da Mordaça”. O grupo se diz contra o projeto e busca pressionar vereadores pela manutenção do veto do prefeito.

Por questões de segurança, a Câmara decidiu distribuir senhas para entrar na Casa de Leis nesta quinta-feira (9), onde só entrarão pessoas devidamente identificadas. A cientista social Ana Claudia Ledesma, por exemplo, dormiu em frente ao prédio e foi a primeira a pegar a senha nesta manhã.

Feminista e militante do grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), ela diz que é importante se posicionar a favor do veto deste projeto. “É um retrocesso não poder discutir sobre políticas e outros assuntos dentro da sala de aula. Temos que nos posicionar”, afirmou.

O presidente do fórum LGBT, Frank Rossate, também chegou cedo para garantir sua senha. Ele diz que sem discussão de temas importantes na escola não há como existir educação. “Não existe educação sem discussão de gênero. Se não falarmos disso, como vamos discutir o direito das mulheres? Esse projeto vai contra leis que já existem”.

As senhas começaram a ser distribuídas por volta das 8 horas da manhã, mas a entrada ainda não foi liberada. Segundo a Câmara a distribuição está limitada ao número de 354 lugares, capacidade máxima do plenário. Uma grande fila começou a se formar em frente ao prédio no início desta manhã.

Segurança

A Câmara Municipal de Campo Grande adotou medidas extras de segurança durante a votação do Projeto de Lei nº 8.242/16, mais conhecido como Lei da Mordaça. Segundo a Casa Legislativa, as medidas são por conta das mobilizações antagônicas que já são esperadas. Para entrar no plenário e assistir a Sessão Ordinária, será necessário apresentar um documento oficial com foto (RG ou CNH), para registro do cerimonial da Casa de Leis.

Em caso de fila antes do início da Sessão, serão distribuídas senhas aos presentes, sendo que o número de pessoas que entrarão vai respeitar a capacidade máxima do plenário da Câmara, que atualmente é de 354 lugares sentados.

“Ressaltamos que esta é uma Casa democrática, que está aberta a receber quaisquer discussão ou manifestação popular, desde que respeitando as normas da Câmara”, diz a nota da Câmara.

Conflito

A Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do sul) emitiu nota convidando os professores para participarem da ação. A categoria tem lotado todas as sessões que discutem o assunto.

Por outro lado, integrantes de movimentos mais conservadores como a  Escola Sem Partido também confirmam presença na Casa na luta pela derrubada do veto. A última vez que o tema foi discutido, houve confusão e a sessão acabou encerrada. 

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