Gravações: Cunha vê ‘incêndio’ e agravamento da crise política

Repercussão muito ruim no Congresso 

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Repercussão muito ruim no Congresso 

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse que a divulgação nesta quarta-feira (16) da gravação de conversa telefônica entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma repercussão muito ruim no Congresso Nacional e complica ainda mais a governabilidade.

Na interpretação do juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato, a conversa gravada mostra uma tentativa de obstrução da Justiça. Dilma conta a Lula que um emissário vai lhe entregar o termo de posse como ministro da Casa Civil para uso em caso de necessidade, o que seria uma forma de evitar um eventual pedido de prisão, pois Lula passaria a ter direito a foro privilegiado como ministro. Líderes governistas afirmam que a conversa refere-se a uma possível dificuldade de Lula para comparecer à sua cerimônia de posse.

A pedido dos repórteres, o presidente Eduardo Cunha comentou o assunto. “Eu não tive a condição de ouvir, só estou ouvindo a repercussão e, pelos comentários, achei o conteúdo de natureza ruim; isso mostra que estamos com uma governabilidade muito difícil e que piora a cada dia”, avaliou.

Segundo ele, o ingresso de Lula no governo, longe de melhorar a governabilidade, “me parece que vai ter o efeito contrário, por tudo o que estamos assistindo”.

“Não há dúvida: a repercussão está muito ruim, o barulho está muito grande, está se criando um incêndio e as coisas estão se agravando, precisamos tomar cuidado. Então, vou fazer a nossa parte, que é tocar com a maior celeridade possível o processo de impeachment”, disse Cunha.

Ele afirmou que se o PT e o governo de fato pretendem concluir rapidamente a análise do impeachment, como dizem querer, a análise do processo poderá ser abreviada: “É só apresentar imediatamente a defesa.”

Aditamentos
Ao ser perguntado se os novos fatos divulgados nesta quarta-feira poderão reforçar o pedido de impeachment, Cunha explicou que eventuais aditamentos ao processo não serão levados em consideração neste momento. Caberá ao relator da comissão especial avaliar as novas informações.

Cunha lembrou que poderá haver novos pedidos de impeachment, como já vem ocorrendo ao longo dos últimos meses.

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