Seguidores classificam ato como ‘eleitoreiro'

Depois de o PMDB veicular propaganda na televisão para criticar a gestão do prefeito de Alcides Bernal (PP), agora foi a vez do deputado federal Carlos Marun (PMDB) postar vídeo nas redes sociais sobre o assunto. Ele, que é um dos cogitados para representar a sigla na disputa pelo Paço este ano, filmou o cruzamento entre as ruas Antônio Pinto de Barros e Ministro João Arlindo e contabilizou 95 buracos. Porém, alguns internautas não gostaram da atitude considerada ‘tardia' e ‘eleitoreira'.

“Eleições chegando começa a aparecer esses camaradas”, comentou Aramis Quadros na publicação. “E os buracos da Câmara Federal quando serão tapados?”, completou Pazin Ruy. “E os buracos do orçamento do MS?”, questionou Wellington Ruffo. “Deputado essa conta é sua e do PMDB”, disse Fabio Barros.

“Acho engraçado o Deputado e eleito para defender o povo quando vai fazer algo que o povo já esta cansado de reclamar vem um cara lá de Dourados reclamar que ele está fazendo isso só porque é ano eleitoral”, comentou o seguidor Marinho Cogo, que logo depois disse estar brincando.

“É brincadeira. Isso ai Marun está de parabéns continue seu trabalho”. O peemedebista recebeu apoio de outras pessoas concordando que a situação da cidade está ruim. Alguns internautas fazem apelo para que a população vote com mais consciência este ano.

“Culpa do povo ao escolher governantes que não possuem habilidades de administração honesta para com a população. Não falo somente de prefeitos, mas sim do mais baixo, até a presidente”, comentou Luiz Felipe Costa no vídeo que teve quase 8 mil visualizações até o início da tarde desta terça-feira (1°).

A estratégia de ataque à atual gestão começou por parte do PMDB após reunião da cúpula do último dia 15. Logo depois a legenda começou a veicular propaganda comparando a qualidade do asfalto à época das administrações peemedebista com a de agora.

Além das imagens de buracos nas vias públicas, foram utilizadas entrevistas com motoristas relatando os prejuízos que já tiveram por conta das ruas em más condições. A filmagem narra os serviços de recapeamento feitos de 2012 para trás, tendo como carro-chefe a Avenida Afonso Pena. André Puccinelli permaneceu na prefeitura por dois mandatos, de 1997 a 2005, depois Nelson Trad Filho, hoje do PTB, conseguiu a sucessão e também cumpriu dois mandatos.

Nos últimos quatro anos o PMDB sofreu duas duras derrotas nas urnas. No pleito de 2012 o então peemedebista Edson Giroto disputou o Executivo municipal, chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Bernal. Dois anos depois, quando Puccinelli fundava o segundo mandato como governador do Estado, a legenda tentou repetir o que foi feito na Prefeitura. Nelsinho tentou a sucessão estadual, porém sequer chegou à segunda fase do pleito.

As operações realizadas do ano passado para cá contribuíram negativamente à cúpula. Depois de anos na presidência da Câmara Municipal, o PMDB perdeu o principal lugar na mesa diretora. Isso porque o então presidente Mario Cesar foi afastado da Casa de Leis em agosto de 2015 devido à Coffee Break e só conseguiu retornar três meses depois.

Ele acabou renunciado à função e os vereadores elegeram João Rocha (PSDB) para substituí-lo. Além disso, a investigação Lama Asfáltica também pode causar danos à legenda neste ano eleitoral. Em julho a apuração estourou com 19 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos. Na mira da investigação estava contratos firmados entre o poder público e empreiteiras suspeitas de fraude.

As gestões passadas estavam justamente nas mãos do PMDB. Para se ter ideia, Giroto, ex-secretário de Obras de Puccinelli, foi preso, juntamente com João Amorim, proprietário da Proteco Construções, ex-cunhado de Nelsinho, irmão da deputada estadual e ex-primeira-dama Antonieta Amorim e amigo do ex-governador. Tanto que a empreiteira fez doações de campanha milionárias ao PMDB.

O ex-governador, por sua vez, enfrenta ação de improbidade administrativa ingressada pela força-tarefa da Lama Asfáltica. Segundo o MPE, empresas ligadas ao empresário João Baird, principalmente a Itel Informática, embolsaram mais de R$ 252 milhões do Executivo estadual com serviços terceirizados em sua maioria de forma irregular.