Conselho de Ética adia sessão de processo que pode cassar Bolsonaro

Deputado é acusado de apologia à tortura

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Deputado é acusado de apologia à tortura

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cancelou a reunião de quarta-feira (15) que analisaria a representação, apresentada pelo PV, contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), por apologia à tortura e quebra de decoro durante seu pronunciamento na sessão de votação do impeachment na Câmara, em que o parlamentar dedicou seu voto “à memória do Coronel Carlos Brilhante Ustra”.

Ao declarar seu voto, Bolsonaro disse: “Perderam em 1964, perderam agora em 2016. Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim”. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro afirma que deputados têm imunidade parlamentar por seus votos e palavras.

O Coronel Ustra, homenageado por Bolsonaro, foi declarado torturador pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) há sete anos. Ele comandou a tortura e morte de centenas de prisioneiros, incluindo mulheres grávidas, encarcerados no DOI-Codi, um dos principais símbolos da perseguição durante a ditadura militar, coordenado por Ustra entre 1971 e 1974.