Câmara homenageia mulheres e vereadora pede mais espaço na política

Discursos sobre luta e igualdade deram o tom do evento

Com o plenário lotado por mulheres que seriam homenageadas durante a sessão solene desta quarta-feira (9), na Câmara Municipal de Campo Grande, a vereadora Carla Stephanini (PMDB), aos gritos, implorou para que mais mulheres participem da política. Em seu discurso a parlamentar destacou que quer ver políticas na mesa diretora e lotando pelo menos 50% das cadeiras.

“Lutamos pela reserva de cadeiras para as mulheres em todos o parlamentos, a nível municipal, estadual, e federal. Queremos mais mulheres. Ainda hoje não ultrapassamos 11% da representatividade política. A questão é matemática, se somos maioria da população e do eleitorado, há algo de errado em sermos tão poucas”, destacou.

A vice-governadora do Estado, Rose Modesto, que na ocasião representava Azambuja, destacou as ações de combate a violência e apresentou números locais. Segundo ela, no comparativo de 2014 com 2015, o número de violência doméstica caiu 68% e o feminicídio cerca da 85%. “Também conquistamos uma redução de crimes de homicídio doloso com vitimas mulheres, de 86 para 55 casos, representando uma redução de 24%”, disse.

Falando em nome de todas as homenageadas, a defensora pública e coordenadora do NUDEM (Núcleo Institucional de Defesa da Mulher na Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul), Grazielle Carra Dias Ocáriz relembrou a Lei Maria da Penha, que desde 2006 contribuiu para diminuição de 10% dos casos de feminicídio no país e é reconhecida pela ONU como uma das três legislações mais avançadas do mundo.

Para finalizar, a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Leide Pedroso fez um apanhado dos trabalhos desenvolvidos pela Secretaria na luta pela efetivação dos direitos das mulheres. “Buscamos atender essas mulheres que estão com seus direitos ainda não respeitados, mulheres indígenas, negras, do campo e da floresta. Estamos com projeto de alfabetização, projeto da agroindústria do Assentamento Conquista, para que essas mulheres possam ter sua dignidade mantida. Em um ano a Casa da Mulher Brasileira já teve mais de 60 mil atendimentos”, pontuou.