“Não roubei, não matei”, disse ex-petista

O senador (sem partido-MS) pediu desculpas hoje à nação por seus erros, ao defender-se do processo de cassação do mandato, motivado pela acusação de ter tentado atrapalhar a operação Lava Jato, fato que o levou a ficar preso por 90 dias. O julgamento do pedido pela CCJ acabou adiado, em razão da aprovação de um pedido do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) para que sejam solicitadas informações sobre o aditamento feito no STF (Supremo Tribunal Federal) à denúncia contra o ex-petista.

A decisão provocou polêmica e, durante a sessão do Senado, o senador Álvaro Dias (PSDB) rejeitou a tese de um ‘acordão' para salvar Delcídio do Amaral. Segundo ele, o pedido de informações ao Supremo é uma medida “republicana”, com o objetivo de assegurar o direito à ampla defesa.

O que disse Delcídio

Em sua primeira aparição pública no Senado após a prisão, Delcídio reconheceu que errou no caso da conversa com o filho de Nestor Cerveró, pelo qual foi preso em novembro de 2015. Afirmou, como tem feito nas entrevistas dadas desde então que agiu “a mando” e alegou não ter cometido qualquer irregularidade que justifique a cassação de seu mandato.

“Admito meu erro e peço perdão por isso. Eu não roubei, não desviei dinheiro, não tenho conta no exterior, estou sendo acusado de obstrução de justiça”, afirmou. Peço desculpas, errei, mas agi a mando. Assumo a responsabilidade dos meus erros”, disse o senador, solto em fevereiro, logo após fazer uma delação premiada.

O ex-petista reclamou, ainda, que sua equipe de advogados teve dificuldades para ter acesso aos autos do processo contra ele no Senado e se mostrou admirado com a rapidez do processo contra ele.

Em sua argumentação, após admitir ter errado e pedir Desculpas, o senador disse que a cassação de mandato é uma pena que só deve ser aplicada em caso de “irregularidade grave”, para ele, corrupção ou má aplicação de recursos públicos, o que Delcídio alega nunca ter feito.