Eles pedem a cassação por fraude nos pontos

Os advogados Fábio Lechuga, Ilmar Renato Fonseca e João Victor Cyrino estão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quinta-feira (3) para entregar nas mãos do presidente Junior Mochi um pedido de instauração de comissão de ética e abertura de processo disciplinar contra os deputados (PR) e Felipe Orro (PSDB).

O pedido é referente a um áudio divulgado que flagra o deputado Corrêa ensinando Orro a supostamente fraudar folhas de ponto de servidores que não trabalhariam nos gabinetes.

“Queremos entregar os pedidos nas mãos do presidente. A fala do deputado demonstra claramente a falta de ética do deputado Paulo Corrêa. Sobre o Orro, é preciso saber se ele se omitiu. O deputado poderia na ocasião mesmo ter revelado o áudio e se mostrado contrário”, adianta Fábio.

João diz que os advogados pedem um posicionamento da Casa. “Qualquer cidadão tem liberdade de fazer isso. Queremos posicionamento para a sociedade”. Fábio disse que além dos requerimentos, os advogados pedem que a CPI dos Fantasmas seja autorizada e englobe todos os deputados sem exceção.

O Jornal Midiamax já havia falado sobre a ação no dia 1º. No mesmo dia, Corrêa havia dito que a ligação flagrada aconteceu há mais de um ano, e que procurou o amigo Orro para lhe comunicar sobre uma reportagem veiculada no Fantástico sobre existência de servidores fantasmas na Assembleia do Rio Grande do Sul. Ele chamou a gravação de ‘grampo criminoso'.

“Peço desculpas pelo ponto fictício. Usei erroneamente essa palavra. Quis dizer que deveria ser de forma literal e manuscrita”, disse o deputado, que emendou que a conversa era ‘informal com um amigo'.

O parlamentar não explicou como faz o registro de ponto dos servidores lotados em seu gabinete, mas afirmou que tem 25 funcionários, número que estaria ‘dentro da cota'. Ele também apresentou um requerimento cobrando instalação de ponto eletrônico em todos os gabinetes da Assembleia.

Segundo o deputado, ao orientar o colega a instalar ‘ponto fictício', ele quis dizer que servidores lotados no gabinete, mas que trabalham no interior deveriam ter ponto registrado na Assembleia, em , para comprovação de presença.

“Em 20 anos como deputado nunca me envolvi em nenhum escândalo”, disse Paulo Corrêa. O republicano disse que não suspeita quem seja o responsável por propagar o áudio, divulgado, segundo ele, de ‘má fé', e prometeu procurar a polícia para achar o culpado.

Corrêa revelou também que chegou a ser procurado na época da gravação por uma pessoa querendo lhe vender ‘uma fita'. “Não me rendo à chantagem”, frisou. O deputado disse está ‘à disposição' das autoridades para eventuais apurações sobre o caso.

Felipe Orro, que foi orientado pelo colega para fraudar registro de frequência de seus assessores, também disse ter sido procurado por alguém com proposta para comprar o áudio.

O deputado do PSDB disse que na ocasião da gravação estava na cidade de Maracajú, ao lado de um homem que identificou como Pr. Jairo, que lhe emprestou o telefone celular para atender ao chamado de Corrêa. O tucano destacou que ele mesmo controla a frequência de seus funcionários e que não cometeu nenhuma irregularidade. 

Corregedoria

O corregedor da Assembleia, deputado Maurício Picarelli (PSDB), revelou que já intimou os dois deputados para apresentarem suas defesas sobre o caso, bem como entregarem relação com todos os servidores lotados em seus gabinetes. 

O tucano disse ainda que o prazo para entrega dos documentos solicitados é de 5 dias, é que só após a conclusão de seu parecer que a Mesa Diretora deverá pedir, ou não, encaminhamento do caso para o Conselho de Ética. 

(Matéria editada às 11h15 para acréscimo de informação)

Colaborou Ludyney Moura