Militar reformado é reu por lavagem de dinheiro em processo contra Olarte

O militar da reserva Luiz Márcio dos Santos Feliciano, réu por lavagem de dinheiro no processo em que o vice-prefeito afastado do cargo de prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), também é processado, evitou pela segunda vez a conclusão de perícia psiquiátrica pedida no caso.

Luiz Márcio alega não ser capaz de responder pelos próprios atos devido a problemas mentais, tendo inclusive sido interditado judicialmente – Ana Maria Ferreira Feliciano, além de esposa, é a tutora dele. Ocorre que, segundo o MPE (Ministério Público Estadual), o militar reformado continuou praticando atos da vida civil, inclusive possíveis delitos, sendo necessária então a perícia “a fim de esclarecer o seu verdadeiro grau de discernimento/autodeterminação”.

Conforme o MPE, “observa-se claramente que esse réu, no curso da investigação, possuía grande entendimento e autodeterminação da sua própria conduta, tanto que, chamado para depor perante o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), na véspera de seu comparecimento determinou à sua esposa (…) que apagasse ‘tudo que está no telefone, pois está grampeado’”.

A perícia foi marcada para maio, mas Luiz Márcio não foi. O procedimento foi remarcado para meados de julho quando, segundo o médico psiquiatra Jony Afonso Domingues, perito designado pela Justiça, o réu apareceu, mas foi impossível terminar a análise.

Na ocasião, relata o médico, Luiz Márcio não conseguiu responder a algumas perguntas “sobre seus antecedentes patológicos, familiares e pessoais, assim como sobre o desenvolvimento infantil e personalidade pré-mórbida”. “Esses dados são de suma importância para o esclarecimento diagnóstico do caso, sem os quais a perícia fica imprecisa e passível de contestação e impugnação”, avisa o perito em documento enviado à Justiça.

Ocorre que, ainda conforme o médico, ficou combinado de Luiz Márcio voltar dois dias depois ao consultório, levando a mãe e um exame. Dr. Jony ficou, novamente, esperando o réu, que não apareceu.

O médico, então, avisou o relator do caso, desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva. O magistrado ainda despachou no processo após o recebimento do ofício do perito.