Comissão será instalada na sessão da quinta-feira (7)

Mesmo sendo minoria na Câmara da Capital, os vereadores da oposição conseguiram aprovar o requerimento de criação da chamada CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Contas Públicas, para investigar a saúde financeira da Prefeitura de Campo Grande e situações como número de comissionados da atual gestão.

Com 10 votos favoráveis, o requerimento, de autoria do vereador Paulo Pedra (PDT), permitiu a instalação, na sessão da próxima quinta-feira (7), da primeira CPI da gestão de Gilmar Olarte (PP), que ontem (4) apresentou um quadro deficitário nas receitas da Capital, o que impossibilita a concessão de reajustes aos servidores municipais.

“A CPI é um instrumento da Câmara, investigativo, para que possamos elucidar ao servidor e à população,com muita transparência, onde está sendo gasto o dinheiro público pelo prefeito. Não esperava (que fosse aprovado o requerimento), achei que teria dificuldades. Mas, os 10 que assinaram representam a maioria dos vereadores que querem essas respostas”, afirmou Pedra.

O pedetista também afirmou que entre as dúvidas que a CPI quer responder estão os porquês do aumento de mais de 40% na folha de pagamento da prefeitura nos últimos três anos, frente ao crescimento de 14,32% dar receita corrente liquida, no mesmo período. 

Pedra citou ainda o aumento de valores nos repasses de convênios feitos com a prefeitura. Segundo ele, apenas a Seleta, entidade responsável pela contratação de mão de obra terceirizada para o município, duplicou os valores recebidos em apenas um ano.

“Os números são demonstrados pela presença de quatro em quatro meses do secretário de finanças (André Scaff), isso é regimental. É obrigado vir e explanar as finanças do município, além da aprovação constante de requerimentos exigindo a mesma informação,  (a CPI) Está na mesmice. Eu entendo que está é uma situação política, com que intuito eu não sei”, rebateu o líder do prefeito na Casa, vereador Edil Albuquerque (PMDB).

Independência

Além do proponente, o requerimento contou com a adesão dos petista Alex do PT, Thais Helena e Ayrton Araújo, Luiza Ribeiro (PPS), José Chadid (sem partido), Cazuza (PP), Chiquinho Telles (PSD), Eduardo Romero (PTdoB) e Chocolate (PP), estes dois últimos que agora se dizem ‘independentes’ e não integram mais a base do prefeito Gilmar Olarte no legislativo municipal.

“Hoje eu anunciei minha independência, mas eu já tenho me comportado como independente há muito tempo. Temos dada varias situações para que o prefeito mostre que ele está interessado em resolver algumas questões, como por exemplo, o problema financeiro que estamos vivenciando”, argumenta Romero.

Segundo ele, ‘há uma dissonância’ entre a falas dos secretários que vão à Casa prestar esclarecimentos. Enquanto, o próprio prefeito não atendeu às solicitações para ir ao local. “A Câmara quer e precisa de respostas”, emendou.

Chocolate também alegou que Gilmar Olarte teve oportunidade de ir até os vereadores para explicar a situação, o que poderia ter evitado a CPI. “A minha independência aqui é em busca de respostas. A população me cobra e eu tenho que cobrar o Executivo.  Eu não tenho caneta para executar, então tenho que cobrar o Executivo”, alegou o progressista.