Quase um mês depois, ‘crucificação’ na Parada Gay gera discussão entre vereadores

Vereador reclamou de financiamento público ao evento em SP

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Vereador reclamou de financiamento público ao evento em SP

A Parada Gay de São Paulo (SP) foi no dia 7 de junho, mas o assunto rendeu debate ainda na sessão desta terça-feira (30) na Câmara Municipal de Campo Grande, por conta da simulação de uma crucificação, feita por uma atriz transexual, durante o ato. “É uma agressão ao cristianismo, às religiões”, disse o vereador Paulo Siufi (PMDB).

O parlamentar discursou comentando, também, sobre aspectos ligados ao tema diversidade sexual e que foram removidos do Plano Municipal de Educação, aprovado na semana anterior. “A pessoa fez uma escolha, que deve ser respeitada, mas também deve ser respeitado o direito de ir e vir das pessoas. Pode ter alguém que não quer ir ao banheiro e encontrar um homem lá, vão até querer deixar de ir ao banheiro”, disse o peemedebista.

Em seguida, o discurso de Siufi foi contrário a posicionamentos do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) acerca das repercussões relacionadas à Parada Gay de São Paulo. “Ele está dizendo que tem deputados sendo usados por satanás. Satanás é você, Jean Wyllys, que está pregando a discórdia”, emendou o vereador, reclamando que o parlamentar deveria estar preocupado com os escândalos da Petrobras e não “em fazer desordem”.

O vereador João Rocha (PSDB) elogiou o discurso de Siufi e criticou o que chamou de falta de critério do Poder Público em financiar a passeata paulistana. Segundo ele, a Petrobras, às voltas com investigações sobre corrupção, deu “um tiro no pé” do governo federal ao patrocinar a Parada Gay.

Então foi a vez de o vereador Alex (PT) sair em defesa do partido, que comanda o governo federal com Dilma Rousseff. O petista disse que o peemedebista fazia uma “discussão reduzida, menor” sobre o tema.

Segundo Alex, a Parada Gay envolve uma “luta pela cidadania, que o governo apoia, assim como apoia a Marcha para Jesus”. “Não concordo com esta maneira perversa de tentar macular ao PT aliança com o que agride a família brasileira”, encerrou o petista.

Houve resposta por parte de Siufi. O vereador disse que o colega não havia entendido a crítica, feita sobre o ocorrido durante a passeata, “que realmente foi patrocinada pelo PT”.

A simulação de crucificação durante a Parada Gay de São Paulo foi feita pela atriz Viviany Beleboni, que é transexual. Ela desfilou pela Avenida Paulista seminua e numa cruz, onde acima havia a inscrição “basta homofobia GLBT” – ela disse que chegou a receber ameaças de morte após a performance.

Conteúdos relacionados

prefeito urt eleições