Presidente da Fetems diz que professores de MS têm situação privilegiada

Declaração foi feita antes de categoria optar por greve, na semana passada

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Declaração foi feita antes de categoria optar por greve, na semana passada

Os professores da rede estadual de Mato Grosso do Sul estão em situação privilegiada na questão salarial, comparada a outros estados. A opinião é do próprio presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), Roberto Botarelli, quando questionado se a categoria deveria aceitar a proposta do governo, de pagar reajuste em outubro e estabelecer nova escala de integralização do piso até 2022.

​As declarações do dirigente foram feitas em entrevista ao programa Noticidade, da FM Cidade 97, semana passada, após reuniões com representantes do governo. “Nós de Mato Grosso do Sul estamos em uma situação, em relação a outros estados, um tanto que privilegiada”, disse ele, detalhando que um professor de ensino médio em início de carreira recebe R$ 2.330 por 40 horas: “é o dobro que em Minas Gerais e lá esse valor é para nível superior”.

No entanto, Botarelli esquiva-se quando o entrevistador, o jornalista Cadu Bortolot, sugere que as assembleias de professores seriam feitas apenas para aceitar a proposta do governo.”A gente entende de uma maneira, agora, a categoria também vê que o fato de estar mexendo na estrutura da lei, já aprovada, já sancionada, é a perda de um direito adquirido. Nossa categoria é sábia, vamos esperar o resultado. Não é o presidente que vai dizer: vai ter greve ou não. Temos feito a análise da atual situação do país, os enfrentamentos que tem hoje no país”, analisa, finalizando: “a luta dos trabalhadores da educação sempre vai ser difícil”.


Clique aqui para assistir ao vídeo.

Segundo o presidente da Fetems, dos 27 governos estaduais, apenas três pagaram aumento de 13,01%, entre eles Mato Grosso do Sul – onde foi aplicado a partir de janeiro. “Minas Gerais está há mais de 10 anos sem reajuste”, citou, comentando ainda situações no Paraná, onde houve até confronto entre policiais e professores, e em São Paulo, onde a greve na ocasião já durava 49 dias sem a categoria conseguir, segundo ele, ir à mesa de negociações com o governo.

 

Segundo relatado pelo presidente da Fetems, a última proposta garantia aumento salarial automaticamente. “Se levar em consideração o reajuste do piso, que vai automático, garantido, não vamos ter que estar brigando para receber”, diz ele, analisando também que a promessa de reajuste de 4,3% em outubro se somaria aos 13% dado em janeiro, garantindo 21%.

 

Greve

Entretanto, a categoria anunciou greve a partir desta quarta-feira (27), acompanhando movimentos que já acontecem em São Paulo, Paraná, Pará e Goiás, onde os governadores também são tucanos, além de Santa Catarina, Pernambuco e Sergipe.

A decisão de entrar em greve foi tomada na sexta-feira (22) pela categoria. É considerada ‘de motivação politica’ pelo governo, uma vez que Botarelli tem ligação histórica com o PT e chegou a ser cotado para compor a chapa petista na disputa ao governo, em 2014.

Apesar de negar que tenha contato com os petistas, Botarelli tem participação ativa nas reuniões e manifestações que envolvem o partido.

Os professores querem 10,98% de reajuste. O problema começou quando o governador anterior, André Puccinelli (PMDB), deixou ‘armadilhas’ em leis estaduais que aprovou com efeito a partir do mandato de quem o sucedesse. No apagar das luzes, o peemedebista antecipou correção de perdas salariais, segundo a Procuradoria-Geral do Estado, deixando a conta para o próximo governo.

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