Presidente da Câmara diz que Coffee Break causa incômodo aos vereadores
Mas ele está convicto de que não houve golpe
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Mas ele está convicto de que não houve golpe
O presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB) admitiu que todo o processo da Operação Coffee Break causa incômodo aos vereadores, mas ressaltou ter convicção de que não houve golpe na cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março do ano passado. A investigação apurou se houve compra de votos por parte dos legisladores para que o mandato do gestor fosse cassado.
Depois de quatro meses de trabalho, o relatório foi entregue na última sexta-feira (4) foi entregue ao procurador-chefe do Ministério Público Estadual (MPE), Humberto de Mattos Brites e implica 11 vereadores, um ex-vereador, cinco empresários e outros dois políticos. Ao todo, são 19 pessoas, além de mais cinco com indícios de participação no esquema.
“Tenho convicção de que não houve golpe. Desde quando votar em cima de provas contundentes é golpe? Teve toda uma sequência. Por enquanto são só indícios, respeito o judiciário, o MPE, o trabalho deles, mas em cima do relatório o procurador geral vai avaliar e o que entender ser procedente vai encaminhar ao TJ que aí sim vai aceitar ou não para abrir processo”.
Porém, contou que o assunto é debatido com frequência entre os vereadores e o tema trás incômodo na Casa de Leis. “Claro que ficamos incomodados porque o nome de todos é colocado em público. É o preço que pagamos por sermos pessoas públicas”, opinou. Chiquinho Telles (PSD), integrante da Comissão de Ética do Legislativo, considera essa uma situação de incertezas.
“Tem que esperar o desenrolar de tudo. Importante. Se houve denúncia tem que terminar logo. Ano que vem já é ano eleitoral. É bom para a sociedade, eu acho, a população ter resposta. Eles estão fazendo trabalho dele e nós o nosso”, disse.
Relatório – O promotor Marcos Alex Vera, responsável pela investigação, declarou que desses, 8 vereadores e um ex-vereador são apontados como autores do crime de corrupção passiva, ou seja, aceitaram vantagem indevida em razão do cargo que ocupa. Sete pessoas, sendo outros três vereadores, empresários e políticos, cometeram corrupção ativa, ou seja, tiveram papel essencial no esquema para compra de votos em prol da cassação de Bernal.
Um empresário e dois políticos são acusados de associação criminosa, caracterizando formação de quadrilha. Em investigação complementar, mais cinco pessoas devem ser apurados após o aprofundamento de provas e o acesso a dados fiscais.
Eles são acusados de improbidade administrativa. Cinco mentores, políticos e empresários, teriam orquestrado a queda do prefeito. Três vereadores, os que responderão por corrupção ativa, tinham a função de convencer os colegas. O voto era trocado por dinheiro ou cargos públicos.
Marcos Alex não falou em nomes. O relatório tem 245 páginas, com base em uma investigação com mais de 4,9 mil páginas. A Procuradoria Geral da Justiça terá que decidir em quinze dias se vai ser oferecida denúncia contra os envolvidos com pedido de afastamento ou até prisão; se vai ser pedir complementação de diligência (continuar a investigação); ou se arquivará o caso. A decisão está a cargo de Humberto de Matos Brites.
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