Prefeitura rebate médicos grevistas e revela holerites de até R$ 43 mil
Administração diz que não tem dinheiro para aumento
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Administração diz que não tem dinheiro para aumento
A Prefeitura de Campo Grande organizou uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (6), para rebater as afirmações de que médicos a serviço do município recebem ‘apenas’ R$ 2,5 mil. Com alguns holerites que ultrapassam R$ 43 mil, os secretários de administração, Wilson do Prado, governo, Rodrigo Pimentel, e o adjunto da Seplanfic (Secretaria de Planejamento e Finanças), Ivan Jorge, cobraram ‘sensibilidade’ da categoria diante da situação financeira.
Prado explicou que os médicos escolhem o tipo de contrato que terão com o município, e que a maioria opta pelo regime de plantões, o que lhes dá liberdade de exercerem a medicina em consultórios e outras atividades que complementam a renda dos profissionais.
“Desde janeiro nós estamos conversando com a categoria, dizendo que esperávamos o comportamento do orçamento e das arrecadações para conceder a reposição salarial. É necessário ajustes para haver o reajuste”, explicou Wilson do Prado.
A exemplo do que o próprio prefeito Gilmar Olarte (PP) já havia feito no começo da semana, os secretários alegaram que em virtude de o município ter extrapolado o chamado ‘limite prudencial’ da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), no gasto com folha de pagamento de pessoal, a Prefeitura está impedida legalmente de conceder reajustes a quaisquer servidores.
O secretário apresentou alguns holerites de profissionais para mostrar que não é apenas o rendimento bruto que compõe a remuneração de um médico.
“Um médico por ter até dois vínculos com o município e fazer até 18 plantões, que hoje estão na faixa de R$ 980. Então só com plantões ele pode ganhar mais R$ 17.640, além do vencimento base”, explicou o secretário de administração.
Hoje, um médico com vínculo de 12 horas semanais com a Prefeitura recebe R$ 2.516 mil, com 20 horas, R$ 2.850 e com 40 horas, pouco mais de R$ 5,3 mil. Além disso, integram o rendimento, além dos plantões, adicionais por tempo de serviço, gratificação por trabalho em horário noturno, adicional de aperfeiçoamento profissional e produtividade SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo o município, a pedido dos médicos de um piso de R$ 11,7 mil, impactaria em mais de R$ 80 milhões a folha de pagamento da Capital. “Não queremos entrar em conflito”, frisou Prado.
Ele não quis dar prazo para voltar a negociar um reajuste para categoria, “para não criar falsas expectativas”, mas afirmou que a Prefeitura já aceitou realocar os médicos em uma referência diferenciada no quadro de servidores (hoje estão juntos com veterinários e odontólogos), e apresentar uma lei municipal que altere a remuneração base da categoria. “Além de outras reivindicações que não impactem a folha”, disse o secretário.
Uma tabela divulgada pela Prefeitura, mostra que dos 1,5 mil médicos, 750 recebem entre R$ 4,9 mi e R$ 8 mil, outros 500 ganham entre R$ 8 mil e R$ 13,6 mil e 250 profissionais recebem acima de R$ 13,6 mil.
Durante a coletiva, os secretários revelaram que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), tem uma folha de R$ 36 milhões, e que 1,5 mil médicos representam cerca de 13% do total da folha do município, algo em torno de R$ 15 milhões.
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