Prefeito revela encontro com João Amorim e afirma: “vai acabar tudo bem”
Conversa foi rápida e com provocações
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Conversa foi rápida e com provocações
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), contou durante agenda pública na manhã desta segunda-feira (7) que mais cedo, ao checar o tapa-buraco da Rua dos Vendas, quase chegando na região da Rodolfo José Pinho, teve um encontro inesperado com João Amorim, proprietário da Proteco Construções, com quem dialogou brevemente.
Segundo o chefe do Executivo, o empresário, que realmente reside nas imediações, parou o carro em que estava ao seu lado e abaixou o vidro do veículo dizendo em seguida “o trabalho está sendo bem feito”. Em reposta Bernal agradeceu “obrigado e bom dia”. Mas a conversa não foi finalizada.
“Isso vai acabar muito mal”, teria dito Amorim. “Isso é uma ameaça?, perguntou o prefeito, segundo ele contou. O empreiteiro alegou não ser uma ameaça, apenas afirmação. O diálogo foi reproduzido por Bernal mais uma vez durante discurso na Funsat (Fundação Municipal do Trabalho) após assinar convênio com a Superintendência Regional do Trabalho.
Ele aproveitou a oportunidade para ressaltar que tudo vai acabar bem em Campo Grande e repetiu as acusações de que Amorim comprou a cassação de seu mandato em março do ano passado. “Ele pagou para me cassarem, é o ex-cunhado de Nelson Trad”. Isso porque o dono da Proteco é irmão da deputada estadual Antonieta Amorim que foi casada com o ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB) por anos.
A empreiteira é alvo da investigação Lama Asfáltica que apura esquema de fraude em processos de licitação para execução de obras públicas. Na Justiça, Amorim pediu recuperação judicial para evitar falência alegando que após o retorno de Bernal à Prefeitura os pagamentos aos fornecedores foram suspensos.
No final de julho, por conta da investigação, o MPE (Ministério Público Estadual) recomendou ao Governo do Estado e à Prefeitura de Campo Grande que os contratos com a investigada fossem suspensos.
Sendo assim, a empreiteira foi afastada também da obra do Aquário do Pantanal a qual geria sem licitação desde o final de 2014. Devido à operação Amorim foi preso no último dia 10 junto ao ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, titular da pasta na gestão do ex-governador André Puccinelli (PMDB).
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