Mas, tem vereador dizendo que oposição está só no discurso, não na atitude

O discurso positivo do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), na Câmara Municipal, na manhã desta segunda-feira (2), foi devolvido com um bombardeio por parte dos vereadores. Há, no entanto, parlamentar vendo muita conversa e pouca ação por parte dos colegas em relação às críticas.

“Queria o endereço desta cidade dos sonhos, para eu morar nela”, disse Chiquinho Telles (PSD), declarando-se independente.  “Metade das obras da lista dele (Olarte) não saiu do papel”, emendou Taís Helena (PT).

A petista, inclusive, fez um discurso contrário ao de Olarte, ou seja, pontuando os principais problemas nos quais a Prefeitura esteve envolvida desde a posse do pepista. Citou, por exemplo, a “ideia louvável” do Centro Municipal Pediátrico, feito segundo ela fora dos procedimentos legais.

Na visão da petista, Olarte não teve habilidade política para lidar com a crise na Educação, quando houve greve dos professores, em novembro. Lembrou que a crise financeira, alardeada pelo pepista no fim do ano, era alvo de aviso há meses por parte da Câmara Municipal.

Taís Helena ainda citou o atrito entre Olarte e a própria equipe dele por conta da ideia de mudar horário das creches – a Prefeitura teve de recuar, após repercussão negativa. A última polêmica, traz a petista, é sobre operações de tapa-buracos feitas em ruas com asfalto sem este tipo de defeito.

“A oposição não é porque deseja o mal ou vai contra, mas tem posição firme de cobrar”, ponderou, por fim, a vereadora, “esperando que 2015 seja um ano melhor”.

Na visão de Carla Stephanini (PMDB), o discurso de herança ruim não cabe na gestão pública, “porque o político, quando se propôs a ser prefeito, sabia desses problemas e, quando assume, tem que saber desenvolver”. Na visão da peemedebista, é elementar que Olarte tenha destacado apenas os pontos positivos em seu discurso.

Para Carlão (PSB), o prefeito se esqueceu, por exemplo, de lembrar leis não aprovadas por questões religiosas. “O senhor governa para todos, não tem que ter isso”, analisou – a Prefeitura viu-se obrigada a cancelar a Quinta Gospel após favorecer apenas alguns grupos religiosos, em detrimento de outros.

“Não estamos bem satisfeitos, mas continuamos na base e, se entender que não estamos sendo bem atendidos, pode mudar o quadro”, resumiu Herculano Borges (SD). Ele reclamou da falta de comunicação entre os vereadores e órgãos da administração pública municipal.

Mas, Alceu Bueno (PSL) jogou água fria nos colegas. “Aqui na Câmara não tem oposição. Falam no discurso, mas votam com o prefeito”, rebateu o parlamentar, lembrando que o Executivo não encontrou grandes dificuldades, com o Legislativo, em aprovar projetos.