Semadur e Semed foram oferecidas ao partido em troca de apoio formal

Tudo acaba como começou. Após três horas de reunião, na manhã desta quinta-feira (14), o PMDB não chegou a um acordo, segue dividido na Câmara Municipal em relação à gestão do prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), e rejeitou formalmente assumir duas pastas municipais.

Segundo a presidente municipal do PMDB, vereadora Carla Stephanini, o partido foi procurado pelo secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Valtermir de Brito, o Kako, para que compusesse oficialmente a base de Olarte. Em troca do apoio, os peemedebistas indicariam titulares para a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e Semed (Secretaria Municipal de Educação).

“Decidimos que não vamos compor os quadros, terá total liberdade o prefeito para montar a equipe dele”, disse a vereadora, ao fim da reunião. “O PMDB vai continuar ao lado dos interesses de Campo Grande, unido, mas sem perder a capacidade de criticar e a capacidade colaborativa”, emendou a presidente municipal.

Ocorre que a união do PMDB em relação a Olarte não passa do discurso. Se, de um lado, Carla rejeita compor oficialmente a base, do outro, o líder do prefeito é o peemedebista Edil Albuquerque, que tratou de pontuar a decisão da colega: “continuo na minha, com nosso espaço na administração; ela rejeitou, ela assume a responsabilidade, eu não participei disso”.

Carla adota tom mais crítico em relação à Prefeitura. “É de domínio público, não só do partido, a manifestação pela incapacidade de gestão, de dar a resposta que a população precisa”, comenta ele, citando problemas na cidade em relação às áreas de educação e saúde.

Mas, vereadora, como fica oficialmente o PMDB em relação a Olarte? “Deixo as reflexões para vocês”, respondeu Carla, encerrando a entrevista.

Dos sete vereadores de Campo Grande, apenas Paulo Siufi, que alegou problemas de saúde, e Dr. Loester, que não justificou, faltaram ao encontro nesta manhã. Mais cedo, o presidente regional do PMDB, deputado estadual Junior Mochi, defendeu que o partido deveria afinar o discurso e firmar posição sobre como atuará em relação ao governo municipal.

Já as secretarias oferecidas ao PMDB pela Prefeitura compõem, atualmente, cotas do prefeito. A Semed até o começo do mês estava com Ângela de Brito, indicação do PSDB e que deixou o cargo alegando falta de recursos para trabalhar, e é ocupada interinamente pelo chefe da pasta de Administração, Wilson do Prado, enquanto a Semadur é tocada por Heitor de Oliveira.