Pivô da prisão de Delcídio é ator e circula pela cena do teatro carioca

Levava uma vida discreta com a carreira de ator

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Levava uma vida discreta com a carreira de ator

Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, levava uma vida discreta com a carreira de ator antes de tomar as principais manchetes do país.

Formado pela Casa das Artes de Laranjeiras, tradicional escola de teatro do Rio de Janeiro, ele já atuou em peças importantes como “Torturas de um Coração”, de Ariano Suassuna, e “O Pequeno Principe e a Via Sacra”. Mas foi depois de ter gravado a conversa que levou à prisão o senador Delcídio Amaral, o banqueiro André Esteves e outros alvos da Operação Lava Jato, que seu nome ficou conhecido no país.

Breno Guimarães, amigo de Bernardo, conheceu o colega ainda na Casa de Artes de Laranjeira e conviveu com ele durante anos. Ao iG, o ator comentou a repercussão do caso. “A atitude do Bernardo foi de coragem, talvez oriunda da influência de toda sua formação cultural, perdida do povo brasileiro que clama por justiça verdadeira. Entretanto, claro, ele acaba colocando em risco a sua segurança.”

Ele avalia: “É preciso coragem para fazer tal denúncia, mas acredito que a pressão que ele sofria foi maior do que qualquer medo. É uma pressão muito grande ter um pai envolvido em um esquema gigante de corrupção, à sua revelia. Sua vida, seu nome, sua integridade física, mental e emocional está completamente abalada”, disse.

Breno defende o colega e conta que evitava falar sobre o assunto delicado. “Ele sempre foi um homem de caráter. Espero, sinceramente, que ele consiga dar a volta por cima de tudo isso e em segurança”. Conhecendo Bernardo há mais de 10 anos, o ator relembra dos trabalhos ao lado do amigo. “Ele sempre esteve em papeis significativos, protagonizando, com muito talento, espetáculos do grupo Cia Sarça de Horeb, como O ‘Pequeno Principe e a Via Sacra’. Também fizemos peças importantes, no que diz respeito a um propósito de levar ao jovem brasileiro a capacidade perdida de escolha e discernimento politico e cultural.”

Entre diversos trabalhos realizados juntos, Breno destaca também a peça “Brasil Nunca Mais, de Getúlio aos Generais”, reproduzida em escolas e teatros. “A trama abordava o panorama cultural e politico do Brasil, entre as ditaduras de Getúlio e dos militares, mostrando os movimentos culturais, assim como os movimentos e reviravoltas políticas, sempre de forma bem humorada, pra cativar a atenção do jovem, de maneira eficaz.”

 

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