Vereadora cita denúncia do Gaeco para tentar aprovação da CPI do Tapa Buraco

 

 

A oposição na Câmara Municipal tentou, mais uma vez, angariar ao menos as duas assinaturas que faltam para a abertura da CPI do Tapa Buraco, mas não houve respaldo dos vereadores e a sessão terminou sem consenso, nesta quinta-feira (19).

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) utilizou como um dos argumentos para convencer os colegas o fato de o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), ser denunciado pelo Gaeco, por corrupção passiva, continuidade delitiva e lavagem de dinheiro.

“Diante destas denúncias graves requer que a Câmara seja mais rígida”, afirma. A parlamentar é autora do requerimento que, se conseguir reunir 10 assinaturas, deve investigar os contratos entre as empreiteiras que mantêm contratos com a administração municipal.

Até agora, assinaram os vereadores Paulo Pedra (PDT), Thaís Helena (PT), Aryrton Araujo, Alex do PT, Chiquinho Telles (PSD), Chadid (sem partido), Cazuza e Luiza.

O ‘convite’ para assinar a investigação não surtiu efeito entre os vereadores, que não se manifestaram e logo encerraram  a sessão, que terminou às 11h10, nesta quinta. Em defesa, se pronunciou apenas o líder do prefeito na Casa de Leis, Edil Albuquerque (PMDB), que considerou como ‘leviana’ associação da investigação do Gaeco com assuntos debatidos no legislativo. “Utiliza uma coisa que tramita na Justiça e macula a imagem do prefeito. Nem o PT que é mais contundente não se presta a passar por esta situação vexatória”, disse.

Para o líder, nada está sendo acobertado e a demora na apresentação dos documentos acontece em virtude da quantidade dos mesmos solicitada pela Câmara. “Não estou acobertando, haja vista que a Prefeitura e Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) estão providenciando as informações”.

O secretário de Obras, Valtemir de Brito, teria que apresentar os documentos até esta quinta-feira (19), mas pediu prazo até 26 de fevereiro, devido à “quantidade de dados e documentos solicitados”. Jogou a responsabilidade nas gestões anteriores, ao dizer que a atual só deu continuidade aos contratos e trâmites já estabelecidos.

A maioria dos vereadores afirma não ser contra a instauração da CPI, caso a documentação não seja entregue no prazo estabelecido. Para oposição, a extensão do prazo seria forma de “ganhar tempo”, para que o assunto caia no esquecimento. 

Afastamento

Os vereadores, tanto da base de apoio do prefeito, quanto à oposição, afirmam que, caso a denúncia do Gaeco seja aceita pela Justiça, devem solicitar o afastamento, mesmo que provisório, de Olarte, o que seria prerrogativa da Câmara Municipal nestes casos.