Olarte reaparece, nega que fugiu do Gaeco e diz que pretende provar inocência

Ele foi afastado do cargo faz uma semana

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Ele foi afastado do cargo faz uma semana

Há sete dias exatos, o pastor e contador Gilmar Olarte (PP) deixou de ser prefeito de Campo Grande, afastado por uma decisão judicial em meio a denúncias de que planejou, com vereadores e empresários, a derrubada de Alcides Bernal, com quem formou a chapa vitoriosa para a disputa da Prefeitura em 2012. Desde então, não foi mais visto.

Nesta segunda-feira (31), resolveu romper o silêncio, telefonou para a redação do Jornal Midiamax e, impondo suas regras, disse repetidas vezes que é inocente, que nunca saiu da cidade, mas que preferiu ficar recluso para respeitar a determinação do Tribunal de Justiça.

Quando Gilmar Olarte foi atendido, já deixou claro que não queria responder perguntas e sim fazer um pronunciamento. Se apresentou como o ‘prefeito, afastado judicialmente’ e na sequência, repetiu o discurso que vinha usando toda vez que era perguntado sobre as suspeitas contra ele tornadas públicas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

“Em primeiro lugar, tem sido perguntado, cadê Gilmar Olarte? Gilmar Olarte está em Campo Grande, respeitando a decisão judicial que nos afastou do cargo”, iniciou a conversa. Olarte, durante toda a ligação, repetiu que sua defesa começa agora e que, ao longo do processo, vai demonstrar sua inocência.

Ele é réu em um processo por corrupção e lavagem de dinheiro, que envolve o uso de cheques de terceiros para angariar valores em troca de cargos na Prefeitura. Também é investigado pelo Gaeco por suspeita de envolvimento num esquema para tirar a Prefeitura de Alcides Bernal.

Indagado sobre as suspeitas, reafirmava a mesma ideia. “O processo é o momento onde eu posso colocar as provas que nos inocentam de todo esse encaminhamento que tem sido feito”. Olarte afirma que há, por exemplo, áudios que foram desprezados pelo Gaeco, mas que comprovariam suas alegações.

Citou, também, em sua defesa, perícia oficial feita em cheques que são provas contra ele e que apontou sinais de falsificação.

“Não julguem”

Outro raciocínio do ex-prefeito, que se classificou como afastado, é com relação ao pré-julgamento. “Temos que deixar que o processo tramite, pra gente apresentar nossa defesa, e depois, no final, a gente ter uma decisão”.

“O que nós podemos dizer a quem interessar é que nós estamos aqui, resignados, respeitando a decisão judicial”, declarou. O agora ex-prefeito disse que jamais foi um “foragido” e que estava o tempo todo na cidade.

Sobre a devolução da Prefeitura a Alcides Bernal, disse que pediu aos seus secretários que fizessem a transição da melhor forma possível. “O que mais interessa pra nós não é o cargo, mas é o bem da população, e também provar a nossa inocência”, definiu.

Agora, de acordo com ele, os advogados estão preparando sua defesa e pedindo perícia das provas. “Vamos provar cem por cento nossa inocência”, prometeu.

Ao ser perguntado sobre sua avaliação em relação às decisões judiciais contrárias, Olarte evitou a todo custo falar do assunto. “Não quero dar declaração que vá causar constrangimento”, comentou, depois de atribuir a uma “força de expressão” a declaração, flagrada em escuta telefônica, de que estaria ‘blindado’ pela Justiça.

Os advogados de Olarte tentaram afastar do processo o desembargador que concedeu a decisão afastando-o da Prefeitura e uma das alegações foi de que o magistrado agiu rápido demais.

Sobre os rumores de que ele e a esposa, Andreia Olarte, teriam se escondido quando eclodiu a Operação Coffee Break, do Gaeco, no último dia 25, ele reafirmou que apenas ‘ficou recluso’.

Não quis ainda comentar porque tinha dito, alguns dias antes da decisão judicial que devolveu o cargo de prefeito a Alcides Bernal, que ‘passaria para o ataque’. Ele disse em solenidade que havia ‘chegado o tempo de falar’, e pouco depois chegou a citar o ex-governador André Puccinelli como responsável por problemas administrativos de Campo Grande.

Questionado sobre a decisão que tirou dele também o direito de usar o nome da Igreja Assembleia de Deus Nova Aliança, o pastor repetiu que não era o momento de falar. Mas, fez questão de mandar fotos, nas quais aparece com uma camisa do time de futebol inglês Chelsea, sentado em uma mesa. Na parede, é possível ver quadros com fotos da Torre Eiffel, em Paris. Ele não informou onde estava na imagem.

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