Na Rússia, Eduardo Cunha defende financiamento privado de partidos

Eduardo Cunha defendeu as doações de empresas a partidos políticos

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Eduardo Cunha defendeu as doações de empresas a partidos políticos

Em visita à Rússia para participar do primeiro fórum parlamentar dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu as doações de empresas a partidos políticos e disse que “não é inimigo” da comunidade LGBT.

“Com a regra existente hoje, o financiamento (privado) é feito para partidos e candidatos. O que foi aprovado é somente para partidos”, afirmou, em referência à aprovação na Câmara, em maio, de doações eleitorais de empresas a partidos políticos.

A votação foi patrocinada por Cunha e ainda precisa de nova aprovação na Câmara e no Senado para que a possibilidade de doações de empresas a partidos seja incluída na Constituição brasileira.

Cunha argumenta que, ao vetar as doações diretamente aos candidatos, a legislação ficou mais restritiva.

“Beneficia o cidadão porque a outra opção seria o financiamento público, ou seja, pagar dos impostos dos cidadãos as campanhas eleitorais. Em contraponto a isso, (a nova regra) é menos onerosa para o cidadão”, afirmou em Moscou à BBC Brasil.

E, no dia seguinte à 19ª Parada do Orgulho LGBT em São Paulo – que teve Cunha como um dos principais alvos de críticas pelos manifestantes, por sua agenda conservadora -, o presidente da Câmara disse que “não há gesto (…) contra minoria sendo patrocinado por mim”.

“Eu não sou inimigo de ninguém. Eu represento aquilo que a maioria do Parlamento assim deseja. Não estou dizendo que a maioria esteja decidindo sobre o direito da minoria. Eu represento a expressão daquilo que a gente tem como maioria”, afirmou.

“Eu não tenho campanha nem contra nem a favor de quem quer que seja. Se O Boticário (marca que mostrou casais homossexuais em uma peça publicitária recente) está fazendo campanha, os organismos próprios de controle de publicidade são os que devem analisar. Cada um tem seu direito de liberdade de expressão. Não cabe a nós, do Parlamento, tratarmos disso.”

Questionado a respeito de seu projeto de 2011, para criar o Dia do Orgulho Heterossexual, ele afirmou que “era uma circunstância de um debate político feito há muitos anos”, no qual “estava fazendo um confrontamento político-ideológico dentro da linha que pedia voto”.

Em fevereiro deste ano, Cunha pediu que dois projetos de sua autoria voltassem as comissões da Câmara – a criação do Dia do Orgulho Hétero e um projeto que criminaliza o “preconceito contra heterossexuais”.

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