Movimentos indígenas reagem a deputada ruralista e cobram CPI do Genocídio
‘Assassina’, gritaram da plateia, obrigando sessão a ser suspensa
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‘Assassina’, gritaram da plateia, obrigando sessão a ser suspensa
A criação da CPI do Cimi, sobre o conflito agrário entre índios e fazendeiros, voltou a dominar as discussões na sessão desta quinta-feira (24) na Assembleia Legislativa. O trabalho no plenário chegou a ser suspenso por alguns minutos, depois que movimentos ligados à causa indígena, na plateia, vaiaram e xingaram alguns parlamentares, além de pedirem outra investigação.
Os movimentos querem abrir a CPI do Genocídio. Na visão deles, uma forma de investigar o outro lado da história, levando em conta que a investigação contra o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) é desfavorável aos índios, enquanto a apuração reivindicada por eles seria sobre a atuação de fazendeiros nas mortes de indígenas.
“Se eles (deputados) têm o direito de investigar o Cimi, que investiguem também as mortes”, diz Alberto Terena, um dos manifestantes no plenário. “São mais de 300 mortes decorrentes deste conflito ao longo da história, acreditamos que existe sim um genocídio, derramamento de sangue indígena”, comentou Jorge de Barros, do Coletivo Terra Vermelha.
O pedido de abertura da CPI do Genocídio já foi protocolado na casa, segundo Eber Benjamin, do Centro de Documentação e Apoio aos Movimentos Populares. “Existem vídeos, fotos e muito mais provando o genocídio, material mais concreto do que o usado para abrir a CPI do Cimi”, complementou.
Tumulto na sessão
A sessão ficou tumultuada quando, durante uma votação, houve vaias e xingamentos direcionados, principalmente, à deputada Mara Caseiro (PTdoB), autora do pedido que resultou na abertura da CPI do Cimi, com base em denúncias de incitação a ações de indígenas contra fazendeiros. “Assassina!”, berraram da plateia, de onde também saíram vaias a outros nomes, como de Antonieta Amorim (PMDB) e Onevan de Matos (PSDB).
Chegou ao ponto de o tucano, ao tentar se pronunciar na tribuna da casa, pediu a suspensão da sessão. O presidente, Junior Mochi (PMDB), atendeu ao pedido e parou os trabalhos até os ânimos se acalmarem.
Ainda antes disso, durante as vaias e xingamentos, Mara tentou se defender e disse ser favorável a outras investigações: “acho que todas as denúncias devem ser apuradas, apesar de entender que no nosso Estado não há genocídio”. “Não sou assassina e não defendo nenhum tipo de assassino”, esquivou-se a parlamentar.
A sessão foi tomada e as discussões continuaram. Os movimentos ligados aos índios cobram de Mara que ela assine o pedido de abertura da CPI do Genocídio.
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