Mesmo buraco é fechado a cada 45 dias, revelam documentos

Paulo Pedra informou que análise prévia de contratos apontam irregularidades no serviço

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Paulo Pedra informou que análise prévia de contratos apontam irregularidades no serviço

‘Oito vezes por ano’, esta é a média em que um mesmo buraco é ‘tapado’ em Campo Grande. A informação foi dada por vereadores da oposição que analisaram, na tarde desta sexta-feira (13), parte da documentação enviada pelo secretário de obras do município, Valtermir Brito, o Kako.

“Em média um mesmo buraco passa pela operação de tapa-buraco oito vezes por ano”, afirmou o vereador Paulo Pedra (PDT). É como se a cada 45 dias uma equipe de uma empreiteira à serviço da Prefeitura de Campo Grande refizesse o mesmo serviço.

Os vereadores apontam que são pelo menos 30 mil páginas referentes aos contratos de 13 empresas. Além de Pedra, Luiza Ribeiro (PPS) e a bancada petista, Thais Helena, Ayrton Araújo e Alex do PT, dividiram o material para estudo.

A intenção da oposição é embasar os questionamentos que serão feitos para Kako na segunda-feira (16) pela manhã, na audiência, aberta ao público, que o secretário terá com os vereadores.

Segundo eles, durante a análise, a oposição verificou que os contratos com as empreiteiras responsáveis pelo serviço de ‘tapa-buraco’ não especificam ‘reparo em fissuras’ das vias asfaltadas, justificativa dada pela prefeitura para o primeiro flagra do serviço nos chamados ‘buracos fantasmas’.

“Nos contratos que analisei diz que é só buraco, não tem fissura no contrato. Tem que ter previsão em contrato desse serviço e isso não tem”, declarou a vereadora Thais Helena (PT).

A petista questionou também a forma que o serviço é feito e acredita que no conserto de uma fissura deve ser utilizado outro método e não o mesmo usado em operação tapa-buraco, além de não ter o mesmo custo.

 CPI

Os vereadores ainda tentam emplacar ‘CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) de Tapa Buraco’ para apurar irregularidades em contratos da Prefeitura e de empreiteiras que prestam serviço de reparo em via pública.

Os vereadores favoráveis a CPI são: Luiza Ribeiro (PPS), Chiquinho Telles (PSD), Paulo Pedra (PDT), Alex do PT, Ayrton do PT, Thais Helena (PT), Cazuza (PP) e José Chadid (sem partido). Os parlamentares precisam de dez assinaturas, mas até o momento só estes oito assinaram.

Há mais de 40 dias o Jornal Midiamax divulgou o vídeo de um contribuinte flagrando suposto “tapa-buraco fantasma” em Campo Grande. Valtemir Brito encaminhou para a Câmara uma planilha com 34 contratos entre empreiteiras e a Prefeitura de Campo Grande, para operação do serviço de tapa-buraco que, juntos, somam R$ 91.426.124. 

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