Marun e Dionízio são a favor do uso de passagens para mulheres de deputados
Pelo menos metade dos deputados federais do Estado afirma que não usará o ‘privilégio’
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Pelo menos metade dos deputados federais do Estado afirma que não usará o ‘privilégio’
Pelo menos quatro dos oito deputados federais que integram a bancada federal do Estado na Câmara dos Deputados, afirmam que não usaram do benefício concedido pelo presidente da Casa, de pagamento de passagens aéreas paras esposas e maridos de parlamentares entre suas cidades de origem e Brasília.
“Estou estudando uma movimentação para apresentar para a bancada para que, de maneira coletiva, nós abdiquemos dessa prerrogativa. Se o país está em crise, e nós temos que tomar medidas fortes, por que vamos apontar na direção contrária da contenção e ajuste fiscal?”, ponderou o deputado federal Geraldo Resende.
Outra que compartilha do pensamento do peemedebista é Tereza Cristina (PSB). “Não sou favorável a esta decisão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados que permite a utilização de cota de passagens aéreas, a que cada deputado tem direito, por maridos e mulheres de parlamentares. Eu não trarei meu marido a Brasília com passagens pagas pelo Congresso Nacional. Se ele vier para cá, assim como já aconteceu em outras ocasiões, ele virá por conta própria”, afirmou.
Apesar de também integrarem a base governista, os deputados Zeca do PT e Dagoberto Nogueira (PDT) também são contra a decisão tomada pelo presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Não pretendo e com certeza não vou usar”, disparou Zeca.
Já Dagoberto, que durante sua primeira passagem pelo Congresso Nacional, entre 2007 a 2010, foi um dos citados na chamada ‘farra das passagens’, desta vez não pretende incorrer na mesma prática.
“Eu não vou me manifestar (sobre a decisão), mas não vou utilizar (as passagens). Porque da outra vez era permitido, e eu usei e foi um bafafá. Hoje em dia não está mais comportando essas coisas”, frisou o pedetista.
Legítimo
Na contramão dos colegas, o deputado Carlos Marun, afirmou que não pretende usar o benefício, mas que o considera legítimo.
“Primeiro, tem que deixar claro que este projeto não aumenta despesas, em sendo o parlamentar obrigado a permanecer aqui, especialmente alguns fins de semana, como acontece nas comissões, no lugar dele gastar passagem, ele vai poder trazer sua esposa. E eu sou favorável, não vejo nenhum tipo de óbice. Dá uma tranquilidade maior para a própria família do parlamentar”, justificou Marun, que emendou que em anos de atividades desempenhadas na Capital Federal nunca levou a esposa para passar um final de semana com ele.
Opinião semelhante tem o deputado Elizeu Dionizio (SD). Segundo ele, sua esposa é servidora estadual e não tem disponibilidade para acompanhá-lo em Brasília. “É legítimo. E não aumentou o valor (da cota). (A decisão) Pegou um valor que já existia e o disponibilizou para usar com o cônjuge. Não criou despesa”, alegou.
Segundo Geraldo Resende, até a próxima semana a bancada federal deverá emitir uma parecer sobre o caso. O deputado também espera que a repercussão negativa do assunto possa reverter a decisão de Eduardo Cunha. “Nesse momento temos que estar antenado com o que está vindo da rua, pedindo que os agentes políticos sejam mais cuidados com os recursos públicos”, finalizou Resende.
O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), integrante da Mesa Diretora da Câmara Federal, foi contrário à decisão, mas à exemplo de Vander Loubet (PT), não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto.
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