Maratona de depoimentos teve críticas ao MPE e silêncio de investigados

Ao todo 14 pessoas foram ouvidas

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Ao todo 14 pessoas foram ouvidas

Os procuradores de Justiça responsáveis pela força-tarefa, desdobramento da Operação Lama Asfáltica, ouviram 14 pessoas na tarde desta terça-feira (17), os 10 presos na semana passada e outros quatro ligados às obras investigadas pelo órgão. Mas os donos da opinião não foram os denunciados, que preferiram entrar e sair calados, mas sim os advogados no papel de críticos ao MPE.

A primeira a chegar foi a ex-diretora da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) e adjunta na Secretaria de Obras de de Mato Grosso do Sul na gestão de André Puccinelli (PMDB), Maria Wilma Casanova Rosa. Ela chegou por volta das 13h40 e saiu uma hora e meia depois, sem falar com a imprensa. 

O ex-secretário e ex-deputado federal Edson Giroto (PR), chegou ao MPE ás 14 horas e ninguém o viu sair. Nos bastidores a informação é de que ele quis evitar a imprensa e saiu literalmente pelas portas dos fundos. Antes de depor o ex-parlamentar disse que foi preso por questões políticas e iria usar tal afirmação para se defender das acusações. Seu advogado, Valeriano Fontoura, alegou que as provas citadas nos autos são “frágeis” e criticou o atual secretário Estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, responsável pela denúncia.

“A secretaria alega que houve vistoria em 100 km de rodovias com duas laudas, apresentando supostas irregularidades, fato que não é possível demonstrar. O que você tem por outro lado é uma medição feita em cima de uma caminhonete e relatada pelo próprio fiscal de obras. Então que irregularidades são essas que ele não parou e desceu do carro para fazer a medição?”, questionou.

Os engenheiros Maxwell Thomé Gomez e Rômulo Tadeu Menossi, ex-integrante da Agesul e diretor da Proteco Engenharia, respectivamente, estavam junto aos advogados e não fizeram declarações tanto na entrada quanto na saída.  O mesmo foi feito pelo engenheiro e ex-coordenador da Agesul, João Afif, que chegou para o depoimento ás 14h40. Ele é genro do ex-prefeito de Paranaíba, Wilson Roberto Mariano, preso na semana passada. Assim como o sogro, aderiu à ‘lei do silêncio’. Ambos permaneceram por menos de duas horas no local.

O empresário João Amorim, proprietário da Proteco Engenharia, e sua secretária Elza Araújo foram praticamente os últimos a chegar, e a passagem pela sede do MPE durou exatamente uma hora, das 16h40 ás 17h40, quando saíram em silêncio. Eles estão na lista dos que foram presos, mas a mulher cumpriu domiciliar devido à gravidez de risco.

O engenheiro e ex-integrante da Agesul, Donizete Rodrigues, foi ouvido e, embora não tenha sido preso, seu advogado Lucas Lemos criticou o sistema adotado pelos promotores de Justiça. “O que acharam são indícios de irregularidades em obras e que ainda precisam ser comprovados. Meu cliente não tem qualquer participação nisso até mesmo porque são evidências o que não comprova fraudes”, disse.

O secretário estadual de Obras Públicas e de Transportes, Wilson Cabral Tavares, o empreiteiro Fernando Cremonezi, que prestou serviço em uma das obras investigadas e Paulo Brum cumpriram evitaram dar delcarações e depois de pouco mais de um hora de depoimento.

Os mandados de prisão foram cumpridos no último dia 10 e tinham validade de cinco dias e eram embasados em investigação que apura prejuízo de quase R$ 3 milhões aos cofres públicos devido a obra pagas e não executada em rodovias estaduais. Na sexta-feira (13), o juiz Carlos Alberto Garcete decretou nova prisão temporária.

Desta vez envolvendo investigação relativa à licitação que ensejou o contrato pelo qual a Proteco tinha a obrigação de recuperação da estrutura da faixa de rolamento da rodovia MS-171. No sábado (14), porém, todos foram liberados por força de habeas corpus.

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